Cuiabá, 12 de Maio de 2024

POLÍTICA Quinta-feira, 06 de Agosto de 2020, 09:57 - A | A

06 de Agosto de 2020, 09h:57 - A | A

POLÍTICA / DELAÇÃO PREMIADA

Documentos sobre esquema na Assembleia foram encontrados no teto de gabinete

Claryssa Amorim
Única News



Mais uma revelação envolvendo desvios na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) foi citada em delação premiada do ex-deputado José Riva. Desta vez, ele disse que o esquema de desvio de recursos de suprimentos de fundos públicos da Casa de Leis, foi descoberto durante a Operação Ararath, quando os documentos do esquema foram encontrados no teto da sala de seu chefe de gabinete na época.

O acordo de delação premiada de Riva foi firmado entre o ex-parlamentar e o Ministério Público do Estado (MP), homologada em fevereiro deste ano pelo desembargador do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Marcos Machado.

Presidente da Assembleia na ocasião, Riva é apontado pela Justiça como o cabeça da organização criminosa. Ele confessou que o valor desviado foi maior do que ele esperava. O vídeo da delação premiada do ex-parlamentar foi divulgado pelo site Olhar Direto.

O ex-presidente da Assembleia lembra que, desde quando a operação teve início em busca e apreensão em seu gabinete, os documentos, como prestação de contas e despesas ilícitas, foram encontrados “grudados” no teto. No entanto, ele diz que não tinha conhecimento de que os documentos estavam dentro do gabinete.

“Logicamente que nós desconhecíamos, até porque não víamos razão para um chefe de gabinete guardar documentos, de certa forma, ilícitos, que comprovava ilicitudes que poderiam comprometê-lo, comprometer a mim e a outros servidores”, disse.

Outra parte revelada por Riva na delação é de que ele se surpreendeu com o valor desviado. Segundo ele, a “impressão” era de que os recursos não ultrapassavam 30% ou 40% do valor total do suprimento. No entanto, no decorrer das investigações, ficou comprovado que era bastante superior a isso.

De acordo com as investigações da Operação Metástase, as despesas eram superiores a 60% e 70% do valor da verba de suprimento de fundo. Apenas 40%, no máximo, era aplicado de acordo com a lei.

O esquema

Riva delatou detalhes do esquema, após investigações da Operação Metástase. O ex-presidente da Assembleia e outras 23 pessoas foram acusadas pela prática dos delitos de organização criminosa, falsidade ideológica e peculato.

O grupo desviava recurso público utilizando suprimentos de fundo – que são verbas para atender despesas eventuais e emergenciais não licitadas -, e assim, alguns servidores da Casa de Leis gastassem R$ 8 mil mensais.

Segundo Riva, desde 1995, os deputados estaduais daquela época também chegaram a gastar aproximadamente R$ 40 milhões nas negociações para as eleições da Mesa Diretora. Na delação, para comprovar o seu depoimento, ele apresentou transferências bancárias, depósitos, notas promissórias, além de testemunhas.

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