Cuiabá, 05 de Maio de 2024

POLÍCIA Domingo, 07 de Abril de 2024, 08:21 - A | A

07 de Abril de 2024, 08h:21 - A | A

POLÍCIA / COBROU LEIS MAIS DURAS

“Impunidade aumenta o número de vítimas de feminicídio”, afirma comandante da PM de MT

Coronel Alexandre Mendes afirma que “leis frouxas” fazem com que agressores tenham certeza da impunidade.

Ari Miranda
Única News



O coronel Alexandre Mendes, comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso, criticou a efetividade das leis brasileiras quanto à repressão aos crimes contra a mulher, como agressões e feminicídios, destacando que a falta de leis severas vem aumentando diariamente o número de homicídios de mulheres no país.

Em entrevista, o comandante-geral ressaltou que o combate à violência doméstica vai muito além de um aumento no número de viaturas nas ruas, mas sim de um “endurecimento” da Justiça contra os agressores.

“Hoje, as pessoas querem mais polícia na rua, pras mulheres se sentirem protegidas. Mas o agressor tem que sentir que, se ele cometer algo, ele vai ser preso, ele vai pagar por isso. Hoje, um homem que ameaça uma mulher, sabe que não vai acontecer nada com ele. Isso tinha que ser ao contrário. Se ele ameaçar uma mulher, ele [o agressor] tinha que saber que ele iria fica preso”, criticou Mendes

O comandante geral da PM relembrou o feminicídio da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni (48), espancada e morta em agosto do ano passado no bairro Santa Amália, em Cuiabá, pelo ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, ressaltando que o criminoso já havia sido julgado e condenado por outro crime, porém estava em liberdade.

“O agressor [Almir] já tinha sido preso e condenado por um crime de roubo, mas estava solto. Ele não poderia estar solto, ele tinha que estar pagando pela pena dele e, iinfelizmente, ele cometeu o crime [contra a Cristiane Tirloni]”, asseverou o coronel da PM.

“Hoje, ele está preso. Mas quanto tempo que ele vai ficar preso? Quanto tempo que a lei vai permitir isso? Porque, daqui a pouco, por bom comportamento, sera que ele não vai estar por aí perambulando aí nas ruas? E como fica a família [da vítima]?”, questionou.

Mendes lamentou ainda o fato do Brasil estar entre os líderes do ranking mundial de crimes contra as mulheres, destacando que a escalada da violência só será freada houver um posicionamento político mais incisivo sobre o endurecimento das leis vigentes no país.

“Infelizmente, nosso país hoje é conhecido como um dos países onde companheiros mais matam mulheres através do feminicídio. Nós temos que provocar o Congresso Nacional [a endurecer as leis], para que toda a sociedade brasileira sinta-se indignada pelas formas brandas que as pessoas são punidas no Brasil, tanto no crime organizado quanto para agressores de mulheres”, pontuou.

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