16 de Abril de 2025
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POLÍCIA Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024, 17:34 - A | A

28 de Novembro de 2024, 17h:34 - A | A

POLÍCIA / MORTO A TIROS

Filha de Renato Nery acredita em execução por vingança: "Denunciou pessoas de alto escalão"

A filha do advogado conta que Nery nunca havia recebido ameaças de morte e a única coisa que ela imagina que poderiam ter contra ele era sua maneira destemida de advogar

Christinny dos Santos
Única News



Lívia Moreira Gomes Nery, filha do advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil — Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Renato Nery, acredita que a execução do pai, que aconteceu em julho deste ano, foi motivada por vingança. A empresária afirmou que o pai era extremamente combativo e, ao longo de sua carreira, denunciou várias pessoas "do alto escalão".

A filha do advogado conta, em entrevista à TV Centro América, que Nery nunca havia recebido ameaças de morte e a única coisa que ela imagina que poderiam ter contra ele era sua maneira destemida de advogar.

"Meu pai não tinha ameaças de ninguém específico, ameças de morte. O que tinha é que meu pai era um advogado, um advogado extremamente combativo, fez representações na justiça contra advogados, juízes, desembargadores, pessoas de alto escalão. Então, nós cremos que pode ter alguma coisa vinculada a isso, mas a gente também não sabe", disse Lívia.

Renato Gomes Nery foi baleado na no dia 05 de julho deste ano, em frente ao seu escritório, localizado na Av. Fenando Corrêa da Costa, em Cuiabá. Pelo menos um, de sete disparos, atingiu a cabeça do advogado, que chegou a ser socorrido e passar por cirurgia, mas morreu no dia seguinte ao atentado.

Quatro meses após o caso, a Polícia Civil continua investigando o caso, mas até o momento ninguém foi preso e o mandante do crime ainda não foi apontado. Entre os pontos que dificultam a investigação é o fato de que, embora o atentando tenha ocorrido em uma das avenidas mais movimentadas da cidade, misteriosamente, ninguém viu nada.

O fato também foi questionado pela filha Nery. “O que nos espanta é como uma pessoa recebe sete tiros na cabeça, no meio de uma avenida, à luz do dia, em horário comercial, com a avenida movimentada porque se circula uma série de pessoas na avenida, próximo ao ponto de ônibus… Como isso aconteceu e ninguém consegue apontar 'eu vi uma moto assim, uma pessoa assim'? Ninguém consegue falar nada", indagou Lívia.

Investigações

Dezoito dias antes de ser executado, Nery procurou a OAB e registrou uma denúncia contra Antonio João de Carvalho Junior, colega de profissão e um dos alvos da Operação Office Crime, por um suposto “conluio” envolvendo também outros profissionais. Nesse processo, Renato acusou o colega de se apropriar e negociar uma área de 2.579 hectares, que ele havia recebido como honorários de uma de reintegração de posse de uma terra de 12.413 hectares, localizada no leste do estado.

Nery advogou no caso em 1988 e, desde então, lutava para obter a parte da terra a que tinha direito.

Em 30 de julho deste ano, 24 dias após a morte de Renato, a DHPP cumpriu três mandados de busca e apreensão nas cidades de Guarantã do Norte (708 km de Cuiabá), Cuiabá e Várzea Grande, para colher informações que contribuíram com as investigações. Já em setembro, foi realizada uma perícia complementar, para auxiliar na identificação do pistoleiro que executou o crime.

Além disso, o inquérito sobre a morte do advogado Roberto Zampieri foi compartilhado o delegado Bruno Abreu Magalhães, que investiga a morte de Nery para encontrar possível semelhanças nos casos e indicar se existe, ou não, relação entre os dois. Advogados especialistas em litígio sobre propriedades rurais, os dois foram executados com apenas sete meses de diferença.

Ainda em julho, o delegado de Polícia Civil, Bruno Abreu Magalhães, responsável pela investigação da execução, adiantou ao Única News que a principal linha de investigação do crime já era a disputa de terras. Ao deflagrar a Operação Office Crime, as autoridades confirmaram que a motivação foi a disputa por terras no município de Novo São Joaquim.

Operação

A Operação Office Crime para cumpriu cinco mandados de busca e apreensão contra os advogados: Antonio João de Carvalho Junior, Agnaldo Bezerra Bonfim e Gaylussac Dantas de Araujo; e o casal de empresários: Cesar Jorge Sechi Julinere Goulart Bastos.

Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que um “escritório do crime” foi criado por advogados ligados à disputa judicial para encomendar a execução. Os mandados contra os advogados, que atuavam no mesmo escritório, foram cumpridos em Cuiabá, e contra o casal de empresários em Primavera do Leste.

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