Elloise Guedes
Única News
Mato Grosso registrou 44 casos de homicídios dolosos contra vítimas femininas, de janeiro a junho deste ano, segundo balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp/MT). Vinte e um desses casos foram considerados feminicídios.
Feminicídio é o homicídio contra a mulher em razão de sua condição de sexo feminino, isto é, quando envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de ser mulher.
Conforme dados da Sesp, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve redução de 16% nos casos de feminicídio. No primeiro semestre de 2018, foram registrados 25 casos.
Entre as 13 cidades que têm registros de feminicídio no estado, em 2019, Sorriso (a 420 km de Cuiabá) teve o maior número, com três mortes.
Logo na sequência, aparecem Arenápolis, Cáceres, Cuiabá, Juara, Lucas do Rio Verde, Nobres, Peixoto de Azevedo, Poconé, Primavera do Leste, Rondonópolis, Sapezal e Várzea Grande, todos com dois registros cada.
Perfil
As faixas etárias com mais registros de homicídios femininos são de 18 aos 24 anos e de 36 a 45 anos, sendo nove mortes em cada faixa.
A maioria das vítimas, segundo o levantamento, foi morta com uso de arma de fogo. O meio empregado representa 39% das ocorrências. Já o uso de armas cortantes representa 30% dos casos.
As motivações mais citadas são as passionais (32%) e as drogas (20%), mas 34% dos casos ainda estão em apuração, sem causa que os justifique.
Principais casos
(Foto: Divulgação)

Débora Silva
No dia 8 de julho deste ano, Débora da Silva, de 37 anos, foi morta pelo ex-companheiro com um tiro de espingarda no rosto, na frente do filho de 21 anos.
O assassino, Marcos Rogério Lima, fugiu, mas no dia seguinte foi localizado pela Polícia Militar em uma casa na zona rural. Cercado, não se entregou e deu um tiro na própria cabeça.
(Foto: Divulgação)

Luciana Aparecida
No mesmo dia, a empresária Luciana Aparecida da Silveira, de 32 anos, foi assassinada por asfixia em um quarto de hotel, por Daniel Domingos Mendes, 39 anos.
Seu corpo foi encontrado por funcionários do estabelecimento, que fica na avenida Governador Júlio Campos, no bairro Chácara dos Pinheiros, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
Na manhã de 10 de julho, o assassino cometeu suicídio na Comunidade do Barcada, zona rural do município de Jangada (a 75 km de Cuiabá).
(Foto: Divulgação)

Bruna Francisca
Em Campo Verde (a 139 km de Cuiabá), Bruna Francisca da Silva, de 23 anos, foi morta após uma série de espancamentos, no dia 11 de julho. A mãe da mulher encontrou a filha, com o rosto desfigurado e o corpo muito machucado, nos fundos da residência.
A Polícia Militar prendeu no mesmo dia o suspeito Paulo André de Oliveira, de 36 anos.
(Foto: Divulgação)

Zuilda Correa
O caso mais recente foi o da enfermeira Zuilda Correia, de 43 anos, que estava desaparecida desde o dia 27 de setembro. Ela foi encontrada morta dentro de um bueiro no dia 8 de outubro, em Sinop (a 503 km de Cuiabá).
Zuilda foi espancada até a morte pelo marido e pelo policial militar Marcos Vinícius Pereira Ricardi, de 26 anos, que era funcionário do casal, segundo apontam as investigações da Polícia Judiciária Civil.
A enfermeira foi dada como desaparecida pelo próprio marido, identificado como Ronaldo Rosa. O policial militar confessou o crime e afirmou que o marido da vítima seria o mandante do crime. Os assassinos estão presos.
Buscando ajuda
Geralmente, quando um feminicídio se consolida, a mulher já estava inserida em um ciclo de violência anterior, especialmente envolvendo violência doméstica, agressões físicas e psicológicas.
Se você é mulher e está em um ciclo de violência ou conhece alguém que esteja, há formas de buscar ajuda.
As mulheres que precisam de auxílio podem recorrer ao Disque 180 e às Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher ou qualquer delegacia do município em que reside. Além disso, sempre está disponível o 190, da Polícia Militar.
Em Cuiabá, a Delegacia em Defesa da Mulher está localizada na Rua Joaquim Murtinho, nº 789, Centro Sul. Há ainda o Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública de Mato Grosso, que atende pelo telefone (65) 3613-8204. Também existe o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso, no telefone (65) 3613-9934.
Também é importante criar redes de apoio entre a família, amigas e outras pessoas que podem prestar algum auxílio quando uma emergência acontecer. Pessoas em quem você confie.
O jargão “em briga de marido e mulher, não se mete a colher” é errado. É preciso, sim, meter a colher. É preciso, sim, chamar a polícia e tomar providências. Você pode salvar uma vida, especialmente a sua.
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