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Domingo, 20 de Setembro de 2020, 14h:17

Incêndios causam prejuízos à pecuária em MT e propriedades ficam destruídas

Elloise Guedes
Única News

(Foto: Acrimat)

Grandes propriedades rurais em Mato Grosso estão sofrendo com os incêndios que atingem grande parte do estado. Essa é a maior seca enfrentada pelo Pantanal em mais de 50 anos e o fogo que se alastra pelo bioma e por todo Centro Oeste tem se transformado em um verdadeiro pesadelo na vida dos pecuaristas e produtores rurais.

O desastre não se restringe ao Pantanal e os incêndios já consomem pastagens, florestas e fazendas em diversas regiões do Estado, inclusive nas maiores produtoras de gado bovino. Os prejuízos materiais têm sido enormes. Além de vidas de homens e mulheres que estão em risco. A vida desses trabalhadores é o que mais preocupa entidades, como a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), representante dos pecuaristas mato-grossenses.

(Foto: Acrimat)

incendio agropecuaria

 

De acordo com o diretor técnico da Acrimat, Francisco Manzi, a instituição tem cobrado dos governantes e dos órgãos responsáveis ações contundentes, que resgatem a população desta situação.

"A Acrimat tem somado com as autoridades públicas na missão de debelar tais incêndios, pois está destruindo pastagens, propriedades e até mesmo a vida de algum desses trabalhadores. Por isso disponibilizamos cartilhas e explicações sobre os incêndios em nosso site", disse Francisco.

No município de Cáceres (a 250 km de Cuiabá), o zootecnista Luciano da Silva Beijo, de 36 anos, morreu após tentar apagar um incêndio que atingiu a propriedade onde ele trabalhava. Luciano foi socorrido por funcionários da fazenda e encaminhado ao pronto socorro do Hospital Regional de Cáceres em estado grave. Ele chegou a ser transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva em Cuiabá, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

O caso mais recente foi a devastação causada por um incêndio de grandes proporções, que atingiu uma fazenda na região de Poxoréu (a 293 km de Cuiabá). Dezenas de vacas foram carbonizadas. O prejuízo é de milhões. Ainda não foi informado quantos animais morreram nessa tragédia.

Ainda de acordo com Francisco Manzi, a Acrimat está ajudando os pecuaristas dando orientações e auxiliando o governo no combate ao fogo. "Disponibilizamos pessoas para que ajudasse aos brigadistas, compramos insumos para auxiliar no combate e solicitamos aos responsáveis das rodovias estaduais, que fizessem a manutenção dos acostamentos, que são os principais lugares onde iniciam os incêndios".

Conforme pesquisas do Governo do Estado, os incêndios em Mato Grosso já devastaram mais de 1,2 milhão de hectares na porção norte do Pantanal mato-grossense, e segue fazendo estragos. Na região Oeste, por exemplo, um dos pontos turísticos de Cáceres, a Dolina da Água Milagrosa, teve sua escadaria de 155 degraus atingida pelo fogo.

Até setembro deste ano, o Pantanal teve mais de 2,9 milhões de hectares atingidos pelo fogo, segundo o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), este total compreende as porções do Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O número representa cerca de 19% do bioma no Brasil, conforme o Instituto SOS Pantanal.

Este ano, já foram registrados 15,4 mil focos de calor no Pantanal, segundo apontou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É o maior número no período desde 1999, primeiro ano analisado pelo monitoramento que virou referência para acompanhar as queimadas no país.

Na última quinta-feira (17) o Governo Federal anunciou o envio de mais R$ 10 milhões para o governo de Mato Grosso, para reforçar o combate aos incêndios florestais no estado, principalmente no Pantanal.

Ainda nesta semana, o governador Mauro Mendes decretou situação de emergência por conta dos incêndios florestais. O decreto tem como objetivo dobrar a estrutura para combater os incêndios florestais, uma vez que possibilita contratações em caráter de urgência.

O governo de Mato Grosso desde o início de março, tem executado o Plano de Ação contra o desmatamento ilegal e os incêndios florestais. Já foram mais de R$ 22 milhões investidos de recursos próprios, contando com 40 equipes espalhadas por todo o estado para o combate ao fogo, seis aeronaves, três helicópteros e mais de 2500 profissionais envolvidos, desde bombeiros militares, voluntários, integrantes da Defesa Civil e do Exército.