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Quinta-feira, 13 de Agosto de 2020, 10h:27

MP vai investigar conduta de policiais chamados por Cestari no dia do crime

Elloise Guedes
Única News

(Foto: Reprodução)

O Ministério Público Estadual (MP) abriu uma investigação para apurar a conduta do delegado Olímpio da Cunha, de dois policiais civis e um policial militar que estiveram no condomínio Alphaville, na noite de 12 de julho, quando Isabele Guimarães foi morta com um tiro na cabeça. O pedido foi feito pela família de Isabele e o inquérito está sob responsabilidade do promotor de Justiça Célio Fúrio.

Com exceção do delegado Cunha, os outros policiais não foram acionados para a ocorrência, mas chamados pelo pai da adolescente B.O.C., acusada de atirar em Isabele. Os oficiais foram identificados como Leandro Livinali Ecco, Mario José Leite dos Santos e o policial militar e presidente da Federação de Tiro de Mato Grosso, Fernando Raphael Pereira Oliveira.

Conforme o pedido da família, patrocinada pelo advogado Hélio Nishiyama, os policiais civis estiveram no local do crime “valendo-se da condição de policial”, inclusive com veículos oficiais e um deles fardado, que é o caso do presidente da Federação de Tiro, Fernando Raphael, que também é policial militar.

"Todos, em tese, estiveram local em razão de relações particulares com Marcelo Cestari, todavia, valeram-se da condição de policiais, seja violando o isoalmento da cena do crime mediante 'carteirada', seja utilizando veículos oficiais, seja participando dos trabalhos da Delegacia de Homicídio", pontua trecho do documento.

Além dos oficiais estarem presentes na cena do crime, Fernando e Leandro acompanharam o empresário Marcelo Cestar, na delegacia para lavrar o documento da prisão em flagrante, pelas armas sem documentações no momento do crime. O empresário chegou a ser preso, por porte ilegal de arma, mas pagou uma fiança de R$ 1 mil, e foi liberado em seguida.

Esses oficiais foram citados em vários depoimentos prestados sobre o caso. Segundo Patrícia Ramos, mãe de Isabele, afirmou que viu um policial, que não fazia parte da equipe de investigação, circulando na casa onde o crime aconteceu.

Ainda de acordo com Patrícia, além de ver o policial, também notou a presença de pessoas que não moram no condomínio. Segundo ela, dois homens ‘agitados e prepotentes’ deixaram o local do crime em um carro ‘cantando pneu’. A placa do veículo foi anotada e entregue à polícia. Depois, confirmado que se trata de um Citroen da Polícia Civil.