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Sexta-feira, 31 de Julho de 2020, 15h:26

Presidente da Federação de Tiro de MT deve ser investigado após pedido do MPE

Elloise Guedes
Única News

(Foto: Otmar de Oliveira/ Gazeta Digital)

O Ministério Público do Estado (MPE-MT) pediu à Polícia Civil de Mato Grosso que investigue a conduta do presidente da Federação de Tiro de Mato Grosso, Fernando Raphael Oliveira. A promotoria dá apoio na investigação do caso de Isabele Guimarães, de 14 anos, morta por um disparo acidental feito pela amiga dela, no dia 12 deste mês, no condomínio de luxo Alphaville I, em Cuiabá.

Fernando foi uma das pessoas para quem o empresário Marcelo Cestari, pai da adolescente B.O.C., que atirou em Isabele, ligou no dia do crime. Este fato gera estranheza ao Ministério Público.

Segundo informações, Fernando tem saído em defesa da família, inclusive entre os grupos de atiradores e da federação.

A Polícia Civil já está com áudios do presidente, dando detalhes da cena onde Isabele foi encontrada. No áudio, Fernando diz que está ‘tranquilizando a imprensa, que tem dado informações do crime’.

Suspensão de registros

O Exército Brasileiro irá suspender, de forma preventiva e temporariamente, os certificados de registros dos atiradores desportivos envolvidos na morte da adolescente Isabele. Os documentos poderão ser cassados, após o resultado das investigações.

A menor morreu com um tiro na cabeça, na residência de Marcelo Cestari e Gaby Soares, pais de B.O.C., responsável pelo disparo.

O Exército explicou que, como medida preventiva, o SFPC/13ª realizará a suspensão temporária dos certificados de registros dos atiradores desportivos envolvidos assim que receber a autorização do SFPC da 9ª Região Militar.

Os pais de B.O.C., Marcelo e Gaby, assim como o sogro dela, Glauco Fernando Mesquita Corrêa da Costa, são todos atiradores esportivos.

O Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC), da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, informou que está subsidiando a Polícia Civil com todas as informações pertinentes aos atiradores desportivos envolvidos na investigação.

O caso:

Isabele foi encontrada morta no banheiro da casa da família Cestari, após a adolescente B.O.C. disparar acidentalmente contra a amiga. O tirou acertou a narina de Isabele e saiu na nuca.

Em depoimento, B.O.C. afirmou que o tiro foi acidental, após a queda do case onde estavam as armas que ela iria guardar. A arma era do pai do namorado da acusada.

Segundo o namorado de B.O.C., que prestou depoimento junto com o pai, afirmou que a arma não estava carregada.

A mãe de Isabele, Patrícia Guimarães Ramos, que também já prestou depoimento disse, ao sair da delegacia que nunca recebeu uma explicação ou pedido de desculpas da família da adolescente que atitou em sua filha. Ela não acredita em tiro foi acidental e diz que espera por justiça.

A família de Isabele contará com o auxílio técnico do perito criminal aposentado Carlos Roberto Angelotti, para estudos e compreensão dos laudos oficiais que estão sendo produzidos pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

A Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) e a Delegacia Especializada do Adolescente, estão trabalhando em conjunto nas investigações.