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Terça-feira, 28 de Julho de 2020, 12h:22

Juiz libera bens de Arcanjo que estavam confiscados após operação

Claryssa Amorim
Única News

(Foto: Chico Ferreira/ Gazeta Digital)

O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, autorizou a liberação dos bens do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que tinham sido confiscados pela Justiça, após a Operação Mantus em maio do ano passado. A decisão vem após pedido de habeas corpus para trancar a ação.

De acordo com as investigações, dois grupos estavam envolvidos com o esquema de jogo de azar: a Ello/FMC e a Colibri. Um deles era comandado por João Arcanjo Ribeiro, que foi preso no dia da operação, pelo mesmo crime que o levou à prisão em 2002. A outra organização seria liderada pelo empresário Frederico Müller Coutinho, também preso.

Consta na decisão que os grupos investigados movimentaram mais de R$ 20 milhões em um ano.

A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) acatou, em junho, com habeas corpus a favor do bicheiro, determinando que a ação penal da operação fosse trancada.

Segundo argumentos da defesa de Arcanjo, não existem elementos nos autos para gerar uma ação penal. Os outros réus envolvidos no esquema seguem respondendo pelo processo.

O magistrado Tadeu concedeu o desbloqueio de bens no dia 17 deste mês.

Estavam confiscados: um estacionamento na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (Av. do CPA), empresa “Granito Muito Mais” e um hotel em Tangará da Serra, o “Colibri Palace Hotel”.

"O E. Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em decisão proferida no Habeas Corpus [...], confirmou a liminar, anteriormente concedida, determinando o trancamento desta ação penal em relação ao réu Arcanjo Ribeiro, bem como, concedeu a liberação dos bens constritos nos autos [...], exceto os bens comprovadamente de origem ilícita e outros que estejam com ordem judicial diversa", cita a decisão.

Operação Mantus

Foram presos na operação, realizada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO): Mariano Oliveira da Silva, João Arcanjo Ribeiro, Agnaldo Gomes de Azevedo, Giovanni Zem Rodrigues, Noroel Breu da Costa Filho, Adelmar Ferreira Lopes, Sebastião Francisco da Silva, Marcelo Gomes Honorato, Paulo Cesar Martins, Breno Cesar Martins, Bruno Cesar Aristides Martins, Augusto Matias Cruz, José Carlos de Freitas Valcenir Nunes Inerio.

Eles são acusados de atuar no jogo do bicho em Mato Grosso e em outros estados. Para manter os pontos de apostas, adotavam medidas violentas contra os concorrentes que ameaçavam seu território.

Na Operação Mantus, também foi preso o empresário Frederico Muller Coutinho, dono da Ello FMC, que atuava no mesmo ramo de jogos de azar e lavagem de dinheiro, conforme denúncia. Os funcionários da Ello também foram detidos.

O grupo denominado Colibri era liderado por Arcanjo e o seu genro, Giovanni Zen Rodrigues, também preso na operação. A organização era formada por 11 membros. Todos os envolvidos eram de extrema confiança dos líderes.