(Foto: Luiz Alves)
O isolamento social em Mato Grosso é o pior em todo o Brasil, desde o início da pandemia, pois a população não obedece às restrições estabelecidas pelas prefeituras municipais. A consequência é que o Estado se tornou o epicentro da doença no país e a pandemia avança em velocidade assustadora.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, os níveis de isolamento, principal medida contra o novo coronavirus, não estão surtindo efeito em Mato Grosso, alcançando apenas 35% durante a semana e 50% nos finais de semana.
“Hoje, se formos verificar o nível de isolamento, consegue chegar a 50% no final de semana, mas ao longo da semana é sofrível, o resultado chega 35%."
“Hoje, se formos verificar o nível de isolamento, consegue chegar a 50% no final de semana, mas ao longo da semana é sofrível, o resultado chega 35%. Isso mostra que as pessoas estão circulando, que nós não estamos conseguindo graduar a infecção no nível ideal, para que esteja aliada à capacidade assistencial dos hospitais de referência”, afirmou.
Para o secretário, o Estado terá que “amargar” os números negativos da pandemia, que já registrou 30.536 casos e 1.196 óbitos pela doença. O principal causador ainda é o comportamento da população.
“Vamos amargar algum desconforto com esse comportamento. Ainda vai continuar aumentando o número de casos até que a gente consiga chegar no platô, no pico, e depois a queda vai ser lenta. Então, na minha opinião, nós vamos conviver com essa pandemia praticamente até outubro, novembro, porque essa é a opção que a população está fazendo”, criticou Figueiredo.
O Estado está em uma corrida contra o tempo para abrir mais leitos de UTI e enfermaria, exclusivos para a covid-19. Ainda assim, Figueiredo acredita que pode não ser o suficiente.
“Nós estamos nessa luta para abrir novos leitos de UTI. Por mais que consigamos abrir e vencer alguns obstáculos existentes, provavelmente ainda será insuficiente. A única opção que nós temos era ajustar a capacidade hospitalar à necessidade com o isolamento social, mas infelizmente não estamos conseguindo”.