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Sexta-feira, 10 de Julho de 2020, 11h:22

‘Não é hora de buscar culpados. Culpado é o coronavírus’, diz Figueiredo

Euziany Teodoro
Única News

Reprodução do vídeo

O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, realizou sua primeira coletiva online após quarentena de 14 dias por ter contraído o coronavírus. Questionado sobre a situação caótica que Mato Grosso enfrenta, apontado inclusive como o novo epicentro da doença no Brasil, evitou encontrar “culpados”.

“Esse é um momento inconveniente para ficar buscando culpados. Culpado é o coronavírus. Ninguém no mundo estava preparado, nenhum lugar no mundo está diferente do que está acontecendo aqui”, afirmou.

Mato Grosso chegou a 26.396 casos, de acordo com o boletim epidemiológico dessa quinta-feira (9). Foram registrados 961 óbitos desde o início da pandemia, em março.

"Ninguém no mundo estava preparado”, afirmou.

Além disso, outro dado que preocupa é a taxa de ocupação de leitos de UTI, principal demanda entre os pacientes com Covid-19, que já estão chegando com casos graves da doença aos hospitais.

Dos 244 leitos disponíveis, 240 estão ocupados. Uma taxa de 98,4%. Em outras linhas, existem apenas 4 leitos disponíveis em toda a rede estadual para pacientes da Covid-19.

“Eu sempre disse que dias piores viriam. Que a pandemia chegaria num status pior. Mato Grosso era o penúltimo estado em número de casos no país, hoje estamos numa escala ascendente em sexto ou quinto. Ainda não é a pior performance do país, mas também não é confortável. Preferíamos ser os últimos”, afirmou o secretário.

"Tem gente entrando na Justiça para acabar com isolamento social. Façam isso e vão ver o número de casos explodirem ainda mais em Mato Grosso”, disse

Ele também responsabiliza as pessoas que não se preocupam com a pandemia e desobedecem ao isolamento social, fazendo reuniões, festas e levando uma “vida normal”.

“Qual é a única maneira de conter o aumento da infecção? O isolamento social. São as pessoas que transportam o vírus, são elas que acabam infectando umas às outras. Nós não tivemos sucesso nisso, até agora, por isso defendo que não adianta ficar nesse ‘fecha e volta, fecha e volta’ (do comércio), sem gerar resultado prático nenhum. Defendo que nós precisamos de uma decisão mais radical para conter a doença”, disse, defendendo que a Justiça determine quarentena obrigatória por mais tempo nas principais cidades, como Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis.

“Infelizmente, não conseguimos conter e não é o secretário de saúde, não é um secretário municipal, o governador ou o prefeito que consegue fazer isso. É o conjunto da população, são as ações em conjunto que não funcionaram. Tem gente entrando na Justiça para acabar com isolamento social. Façam isso e vão ver o número de casos explodirem ainda mais em Mato Grosso”, alertou.

Mais uma vez ele pede que a população colabore, usando mascaras e outras medidas de prevenção, mantendo, especialmente, o isolamento social.

“Tem que usar máscara, tem que evitar aglomeração, tem que adotar protocolo respiratório, até que a gente efetivamente tenha uma vacina. Enquanto não tiver isso, ninguém está livre. Eu ainda falei: ‘quando os óbitos começarem a ter nome, talvez as pessoas se conscientizem’. Olha o que está acontecendo. Pessoas muito próximas da gente, estamos perdendo. Praticamente famílias inteiras”, lamentou.