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Quarta-feira, 17 de Julho de 2019, 09h:41

Indignada, Janaína pede esclarecimento sobre participação do MP em esquema de grampos

Fernanda Nazário
Única News

ALMT

Em sessão plenária que avançou até a meia-noite desta quarta-feira (17), a deputada estadual Janaína Riva (MDB) usou a tribuna para pedir que o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, vá até a Assembleia Legislativa para esclarecer o suposto envolvimento do Ministério Público Estadual (MP) no esquema de interceptações clandestinas, que ficou conhecido como “Grampolândia Pantaneira”.

Em depoimento na tarde desta terça, o coronel Evandro Lesco, investigado no esquema, revelou que a parlamentar e o ex-presidente da Câmara Municipal, João Emanuel, foram grampeados em 2014 a mando do promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro, chefe do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

O cabo Gérson Corrêa, que também depôs, disse que o MP destinou verba secreta para manutenção dos grampos.

“A todo momento nós dizíamos do envolvimento do ex-governador Pedro Taques e hoje, de forma vergonhosa, nós ouvimos que o Ministério Público patrocinou o equipamento para grampear políticos no estado de Mato Grosso. A Policia Militar, de forma deliberada e por orientação de promotores, acatou pedido de barriga de aluguel grampeando deputados, autoridades, o vice-governador [Carlos Fávaro], inclusive eu”, disse a deputada, indignada com a revelação feita pelos militares.

Ela faz uma comparação, colocando a Assembleia no lugar do MP, caso o parlamento fosse o denunciado. “Se fosse dentro da Assembleia, ia estar cheio de policial aqui levando o servidor com pedido de afastamento do parlamentar e ninguém ia querer saber se o paramentar tinha ou não tinha relação com esse servidor. Quando se trata da Assembleia, é desse jeito que funciona. Quando se trata de prefeito, vereador, é desse jeito que funciona. Primeiro afasta ou prende, ou toma qualquer atitude de condução coercitiva, para depois avaliar se isso tem procedência ou não tem”.

Janaína finaliza sua declaração com um pedido ao presidente da Casa, Eduardo Botelho (DEM), para que convide o procurador Borges a explicar as acusações feitas pelos militares contra promotores do Estado.

“Ele tem que trazer esclarecimentos a cerca disso. Quem são os promotores que assinavam essas notas frias? Porque as notas existem? Quem assinou essas notas frias? Se forem de R$ 1, R$ 5, R$ 100, R$ 1 mil, são fraudadas. O que vai acontecer com esses promotores? Eles vão ser presos igual são os deputados, vereadores e prefeitos? Está na hora de todo mundo responder pelo que fez”, pede a deputada.