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A empresária Maria Aparecida Enes Andrade, sócia de três faculdades particulares de Mato Grosso, foi afastada do cargo, na última terça-feira (18), após denúncia de um aluno que a acusou de fraudar o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Diretora da Faculdade de Cuiabá (Fauc), Faculdade Cândido Rondon e da Faculdade Desembargador Sávio Brandão (Fausb), ela está sendo investigada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Reportagem do Fantástico, exibida no domingo (16), revelou que as instituições selecionavam os alunos que tiravam notas baixas e antecipavam as suas formaturas para que não participassem do Enade. Assim, não colocaria em risco a nota de avaliação que o Inep daria para as unidades.
Em reunião com os professores, cujas gravações foram obtidas pelo Fantástico, Maria Aparecida dá a ordem: "Vocês têm que parar tudo e só intensificar o Enade. Do jeito que nós estamos, a gente nunca vai sair de protocolo de risco", disse.
No Inep, protocolo de risco é uma série de sanções aplicadas pelo Ministério da Educação (MEC) em faculdades que se saem mal no Enade. As três instituições receberam notas baixas, entre 1 e 2, sendo que o máximo é 5, em 2018.
Em outro trecho das gravações, a diretora disse: Nós vamos ter que colocar goela abaixo. Porque senão o meu Enade vai ser zero [...]. Não dá nenhum conteúdo, só trabalha Enade".
A denúncia anônima foi feita por um estudante de Administração na página do Inep. Segundo a denúncia, a faculdade ameaçou reprovar alunos que se negassem a participar da fraude.
Segundo o presidente do Enade, já foi iniciado o processo de verificação e que já foi enviado um questionário à instituição.