Cuiabá, 26 de Abril de 2024

ECONOMIA Quarta-feira, 30 de Outubro de 2019, 10:21 - A | A

30 de Outubro de 2019, 10h:21 - A | A

ECONOMIA / TAXA DE JUROS

Copom se reúne nesta quarta; mercado prevê nova redução na taxa básica de juros

Selic está em 5,5% ao ano, e analistas preveem redução para 5%. Se confirmado o percentual, taxa atingirá menor patamar da série histórica. Redução afeta poupança; entenda.

Por Alexandro Martello, G1
Brasília



O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá nesta quarta-feira (30), e os analistas do mercado financeiro preveem uma nova redução na taxa básica de juros, a Selic.

A taxa está em 5,5% ao ano, e o mercado prevê uma redução para 5% ao ano. A decisão deve ser anunciada por volta das 18h.

Se confirmada a nova redução, a Selic atingirá o menor patamar em 30 anos, ou seja, desde que o Banco Central começou a série histórica.

De acordo com o relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, a expectativa dos economistas é que os cortes nos juros continuarão no próximo encontro do Copom, em dezembro.

Assim, se confirmada a queda prevista pelos analistas, a Selic pode terminar 2019 em 4,5% ao ano e permanecer nesse percentual até o começo de 2021.

 

Definição da taxa de juros

 

A principal missão do Banco Central é controlar a inflação, tendo por base o sistema de metas. Para este ano, a meta central de inflação é de 4,25%, podendo oscilar de 2,75% a 5,75%. Para 2020, o objetivo central é de 4% (com oscilação de 2,5% a 5,5%).

Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros. Quando estão acima da trajetória esperada, a taxa Selic é elevada.

Para definir a taxa básica de juros, o BC já está de olho nas previsões de inflação do ano que vem. Isso porque as decisões levam meses para ter impacto pleno na economia. Para este ano, a previsão do mercado é que a inflação fique em 3,29% e, em 2020, em 3,6%.

O superintendente de assessoria econômica da Associação Brasileira de Bancos, Everton Pinheiro de Souza Gonçalves, avaliou que o cenário de baixo nível de atividade e o repasse baixo da alta do dólar para os preços permitem o corte de juros.

"Com a debilidade fiscal restringindo os investimentos do governo e a desaceleração sincronizada do comércio mundial, restam os estímulos monetários [cortes de juros] para impulsionar a atividade", acrescentou.

 

Impacto nas aplicações financeiras

 

A eventual redução dos juros básicos da economia afetará as aplicações financeiras como a caderneta de poupança e os investimentos em renda fixa.

Isso porque, no caso da poupança, a regra atual de remuneração prevê que os rendimentos estão atrelados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.

Nesse cenário, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo Banco Central. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.

Se o juro básico da economia recuar para 5% ao ano, a correção da poupança seria de 70% desse valor – o equivalente a 3,5% ao ano, mais a Taxa Referencial.

Mesmo assim, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), a caderneta de poupança "vai continuar sendo uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano".

 

Juros bancários altos

 

Mesmo com a taxa Selic no menor patamar em décadas, os juros bancários seguem em níveis elevados para padrões internacionais.

Em setembro, segundo dados do Banco Central, a taxa bancária média (pessoa física e jurídica) somou 38% ao ano, enquanto que, para as pessoas físicas, totalizou 51,3% ao ano.

Em alguns casos, como no cheque especial e no cartão de crédito rotativo, estão acima de 300% ao ano.

 

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