Cuiabá, 03 de Julho de 2024

CIDADES Quinta-feira, 20 de Junho de 2024, 08:20 - A | A

20 de Junho de 2024, 08h:20 - A | A

CIDADES / ATLAS DA VIOLÊNCIA 2024

Guerra de facções coloca Sorriso entre as 10 cidades mais violentas do Brasil

Cidade no norte de MT ocupa a 7ª posição do ranking, com 70,5 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Ari Miranda
Única News



Situada a 397 quilômetros de Cuiabá, no norte do estado, a cidade de Sorriso está entre as 10 mais violentas do país, de acordo com dados do Atlas da Violência 2024, divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), junto ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com dados de 2012 a 2022. O município ocupa a 7ª posição do ranking, com uma média de 70,5 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Segundo dados do Censo 2022, Sorriso tem uma população estimada de 110.635 pessoas. Para se ter uma ideia, no ano do recenseamento, quando os dados do relatório foram coletados, a cidade registrou 77 homicídios, 11 deles só no mês de julho - um aumento de 450% em relação a julho do ano anterior, quando a cidade teve dois assassinatos, segundo a Polícia Civil.

A partir daí, a cidade passou a estampar constantemente os noticiários do Estado e do Brasil, até que em agosto daquele ano, descobriu-se que uma guerra de facções pelo domínio do tráfico de drogas era a culpada pela alta de homicídios. Tal fato acabou se tornando alvo da Operação Dissidência, deflagrada pelas Forças da Segurança Pública de MT, onde vários membros da facção criminosa Comando Vermelho acabaram presos.

Segundo as investigações da Dissidência, realizadas pela Polícia Federal, foi detectado um racha entre as principais lideranças da facção no estado, que tem forte atuação no Nortão de Mato Grosso. No entanto, a principal líder da guerra entre facções e que atingiu em maior grau a cidade de Sorriso era uma mulher, presa durante a deflagração da operação, na cidade de Macaé (RJ).

De acordo com a PF, a líder da facção agia de forma "violenta" e "autoritária" com membros do grupo.

“Ela foi o ponto focal da guerra existente aqui entre essas facções. Ela atuava de uma maneira muito violenta, de forma autoritária e que determinava a execução desses integrantes mesmo, segundo os criminosos, mesmo não tendo provas que os ‘decretados’ haviam cometido algum desvio de conduta”, revelou à época o delegado de Polícia Federal, Antônio Flávio Rocha Freire.

A forma autoritária com que a líder da facção agia acabou gerando revolta entre alguns integrantes. Insatisfeitos com a matança ordenada pela líder da facção, muitas vezes determinada sem provas concretas de transgressões, faccionados acabaram desertando do Comando Vermelho e se reunindo para formar a “Tropa do Castelar”, facção criminosa formada pelos dissidentes – derivando daí o nome da operação (Dissidência), intensificando os embates entre as duas facções e mortes no município.

O levantamento do Atlas da Violência 2024 foi produzido com dados obtidos junto ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, onde Sorriso perde apenas para a cidade paraense de Altamira, com 71,3 mortes a cada 100 mil, seguida pelos municípios baianos de Juazeiro (72,3), Camaçari (76,6), Simões Filho (81,2), Jequié (91,9) e a campeã do ranking, Santo Antônio de Jesus, com 94,9 homicídios para cada 100 mil habitantes

 

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