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GERAL Sexta-feira, 26 de Janeiro de 2018, 11:19 - A | A

26 de Janeiro de 2018, 11h:19 - A | A

GERAL / ALIANÇA EM XEQUE

Tensão entre Turquia e EUA na Síria se acirra

Da Redação



(Foto: Reprodução)

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O risco de um confronto entre forças turcas e americanas na Síria cresce à medida que soldados turcos se aproximam de Manbij, cidade controlada pela milícia curda YPG, localizada no norte do país. As informações são da rede Al Jazeera.

 

Manbij  fica a 100 km de Afrin, outra cidade síria controlada pela YPG, que na semana passada foi alvo de uma ofensiva turca. O governo turco afirma que os integrantes da YPG são “terroristas” e prometeu varrê-los da fronteira da Turquia com a Síria. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que Manbij  seria o próximo alvo após a tomada de Afrin.

 

Sharfan Darwish, porta-voz da milícia curda YPG – aliada das Forças Democráticas Sírias (FDS), que lutam ao lado da coalizão americana contra o Estado Islâmico (Isis) na Síria – disse que seus soldados estão prontos para reagir a uma ofensiva turca.

 

“Estamos em total prontidão para responder a qualquer ataque. É claro que nossa coordenação com a coalizão internacional continua em relação à Manbij”, disse Darwish.

 

Em entrevista à Reuters, o porta-voz da coalizão americana, o coronel Ryan Dillon, disse que, em caso de uma invasão turca a Manbij, a YPG terá o respaldo de soldados da coalizão, que têm base na cidade.

 

“Claramente, estamos muito atentos ao que está acontecendo, especificamente na área de Manbij, porque é aí que nossas forças da coalizão estão. As forças da coalizão presentes nesta área têm o direito inerente de se defender e farão isso, caso seja necessário”, disse Dillon.

 

Se isso vier a acontecer, colocará dois aliados da Otan, a Turquia e os EUA, em confronto. A escalada na tensão entre os aliados levou o presidente americano, Donald Trump, a telefonar para Erdogan na última quarta-feira, 24, para expressar sua preocupação diante da “falsa e destrutiva retórica” da Turquia em torno da situação e pedir cautela ao presidente turco para que tropas turcas e americanas não se envolvam em uma batalha.

 

“Ele instou a Turquia a retroceder, a limitar suas ações militares e evitar baixas civis e o aumento de deslocados e refugiados. Ele instou a Turquia a agir com cautela e evitar qualquer ação que ameace gerar um conflito entre forças turcas e americanas”, disse um comunicado da Casa Branca sobre o telefonema.

 

Na quarta-feira, horas antes do telefonema, Erdogan ameaçou estender a ofensiva contra Afrin para Manbij para “limpar completamente nossa região deste problema”.

 

No conflito sírio, a YPG foi treinada e armada pelos EUA para combater o Estado Islâmico. Ela foi crucial na retomada de cidades dominadas pelo grupo terrorista, como Raqqa, retomada do Isis em outubro do ano passado.

 

Porém, o governo Erdogan considera a milícia curda uma ameaça para a Turquia. Isso porque ela é vista como uma extensão síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PPK), que desde a década de 1980 trava uma sangrenta batalha na Turquia pela independência de territórios curdos para a criação de um Curdistão.

 

Erdogan diz que seu objetivo com a ofensiva, além de expulsar os curdos da fronteira, é criar uma zona de segurança de 30 km na região para que os mais de 3 milhões de refugiados sírios que fugiram para  Turquia em meio à guerra possam retornar para seu país.

 

“Primeiro, vamos exterminar os terroristas, depois vamos tornar a região habitável. Para quem? Para os 3,5 milhões de sírios refugiados em nosso território”, disse Erdogan.

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