Cuiabá, 25 de Abril de 2024

SAÚDE E BEM ESTAR Terça-feira, 03 de Dezembro de 2019, 15:15 - A | A

03 de Dezembro de 2019, 15h:15 - A | A

SAÚDE E BEM ESTAR / CAMPANHA DE PREVENÇÃO

O rastreio do câncer colorretal pode salvar uma vida (a sua inclusive)

Dr. Gilberto Amorim
Medscape



O câncer colorretal tem alta incidência, sendo a segunda causa de óbitos nos Estados Unidos (cerca de 51 mil por ano). No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) estima 36.360 novos casos por ano para o biênio 2018-2019, [1] com incidência de 34,73 para 100 mil habitantes.

Este tipo de câncer é o 3º mais frequente entre homens e o 2º entre mulheres (excetuando os tumores de pele). Em 2017, 16.696 pessoas morreram de câncer colorretal no Brasil. Este é o 3º tipo de câncer mais comum no mundo e o 4º em mortalidade, com mais de 1.400.000 casos e 700.000 mortes todos os anos.

Recentemente, o tema voltou à tona quando o famoso ator norte-americano Will Smith, que acaba de completar 50 anos, resolver fazer um vlog ( https://goo.gl/BUjQW8 ) mostrando os "bastidores" do seu exame de colonoscopia, que acabou revelando um pólipo pré-maligno. O vídeo tem circulado em grupos de [WhatsApp de] pacientes e médicos ligados à área de câncer colorretal, e já atingiu mais de duas milhões de visualizações no YouTube.

Ainda não é possível determinar se haverá um "efeito Will Smith", mas sabemos que compartilhamentos como esse podem sim aumentar a procura por exames, como ocorreu quando, em 2013, a atriz Angelina Jolie tornou pública a sua cirurgia redutora de risco de câncer de mama e comprovadamente houve um aumento significativo da procura por testes genéticos para os genes BRCA1 e 2.
Esta não é a primeira vez que ocorre algo assim nos EUA em relação ao câncer colorretal. No final dos anos 90, a famosa jornalista norte-americana Katie Couric (1ª âncora de um telejornal noturno entre as 3 principais TVs americanas) fez uma transmissão na televisão de sua colonoscopia, causando o que ficou conhecido como Katie Couric effect, dobrando o número de exames preventivos realizados após a divulgação.

 

A iniciativa de Will Smith tem outros desdobramentos interessantes, ampliando a diversidade dessa campanha de prevenção, pois ele é negro, famoso e carismático, e estamos em um tempo em que o alcance de um vídeo como esse é muito maior do que uma transmissão na televisão norte-americana, como foi o caso da Katie Couric. Além disso, o câncer colorretal é diagnosticado mais tardiamente entre afro-americanos, que acabam sofrendo com taxas de mortalidade mais altas.

Resumindo, realmente existe a possibilidade de aumentar a procura por exames preventivos, superando a resistência e os preconceitos relacionados com este exame.

O câncer colorretal é uma doença multifatorial influenciada por fatores genéticos, ambientais e relacionados com o estilo de vida. Os fatores hereditários, como o histórico familiar de câncer de cólon e reto, e as doenças inflamatórias do intestino, representam apenas uma pequena parte dos casos.
A piora da qualidade nutricional no Ocidente e nos países em desenvolvimento contribui para o aumento de casos. Assim, os fatores de risco ligados ao estilo de vida são modificáveis e incluem: consumo de bebidas alcoólicas, ingestão insuficiente de frutas e vegetais, consumo elevado de carnes vermelhas, gorduras e de alimentos processados, bem como obesidade, tabagismo e sedentarismo.

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