Luana Valentim
(Foto: Senado Federal)
Discutindo sobre a questão ambiental no Senado, José Medeiros (Podemos) usou a tribuna nesta quinta-feira (29), para atacar os jornalistas, chamando-os de preguiçosos. O senador criticou os profissionais por terem repercutido a foto de um pequizeiro junto a uma matéria divulgada nesta semana sobre a operação Siriema 3, deflagrada entre os dias 19 a 25 deste mês, na região do Santa Terezinha (a 1.329 km de Cuiabá).
O Ibama, com apoio da Polícia Militar do Mato Grosso, embargou 8 mil hectares de cerrado, o equivalente a 8 mil campos de futebol e impediu a destruição de outros 1.120 hectares na região de Santa Teresinha, na Bacia do Araguaia. Iniciada em novembro, a operação Siriema III resultou até o momento na aplicação de R$ 37,4 milhões em multas.
A maior parte da área desmatada está localizada em imóvel rural parcialmente invadido por grileiros, que tinham a intenção de lotear o terreno.
Medeiros atacou os jornalistas que teriam repercutido a referida matéria, que foi divulgada em todos os jornais, inclusive, com a mesma foto do pequizeiro, no qual estava um fiscal do Ibama e os chamou de "preguiçosos" e ainda classificou o fato como um “copiar e colar dos infernos”.
"Eu vi nesta semana a foto de uma operação que está em todos os jornais. É uma pena o jornalismo brasileiro. É difícil encontrar jornalistas, parece que só estão contratando estagiários. É muita preguiça de ir a fundo na história. Você não encontra mais um jornalismo. É um copiar e colar dos infernos! O sujeito não vai atrás da matéria para ver. Então, eu vi a matéria lá, mas pela foto eu já comecei a desconfiar da história. Operação do Ibama: 40 milhões em multa, 8 mil hectares embargados”, disparou.
Ele relatou que na matéria estava dizendo que foi feita uma operação e quando a fiscalização chegou no local, o produtor apresentou um laudo de supressão de limpeza de pastagem, no entanto, ela notou que havia pequizeiros derrubados.
Medeiros ainda destacou que quando leu a matéria, imaginou um cerrado fechado que haviam devastado e apresentado um laudo de limpeza de pastagem, mas ao ver a foto, observou que realmente era um pasto em que havia um pequizeiro e um fiscal medindo.
“Eu falei: Não, o mundo está acabando mesmo. Era limpeza de pastagem mesmo. Espero que aquela foto esteja errada, que tenham colocado uma foto errada e que o Ibama realmente tenha feito a operação certa, mas na matéria está lá um pequizeiro solteiro no meio de um pasto. Um fazendeiro não pode derrubar um pequizeiro? Um pequizeiro sozinho não se reproduz mais, ele precisa de outras árvores. Então mais dia, menos dia, ele ia morrer. Agora, vão lá e inviabilizam toda a sua produção com R$ 40 milhões de multa", pontuou.
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