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POLÍTICA Segunda-feira, 25 de Setembro de 2017, 13:18 - A | A

25 de Setembro de 2017, 13h:18 - A | A

POLÍTICA / DE SILVAL

Maluf nega propina e aposta em revogação de delação; advogado acha impossível

Rayane Alves



(Foto: AL-MT)

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O secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), deputado Guilherme Maluf (PSDB), negou ter recebido dinheiro de propina para beneficiar o Hospital Santa Rosa, que é da propriedade da família do deputado. A afirmação foi dada na manhã desta segunda-feira (25), durante entrevista na Rádio Capital FM.
 
 
Guilherme foi citado na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Além de ser acusado de cobrar e receber R$ 4 milhões em propina do MT Saúde, para intermediar pagamentos aos hospitais privados, o deputado também foi acusado de comprar votos quando se elegeu presidente da Mesa Diretora (2015), na Assembleia Legislativa e ainda de exigir R$ 1 milhão em cartas de créditos para fazer 'corpo mole' em 2010, na campanha de Wilson Santos (PSDB), então candidato ao governo de Mato Grosso.
 
 
“De tempos em tempos vem à tona a situação de superfaturamento das contas do MT Saúde. Todas as nossas contas foram auditadas pelos auditores do projeto, auditores independentes e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). Então estou muito tranquilo porque não houve superfaturamento e o que acontece é que até hoje o MT Saúde deve a nossa instituição. A dívida está na casa dos R$ 10 milhões. Então como eu vou pagar propina para mim mesmo, sendo que quem me deve é o Estado. Não procede essa informação”, disse o deputado.
 
 
Conforme Maluf, diretores de outros hospitais inclusive o procuraram, para tentar desmentir o ex-governador em público, sendo que na época várias reuniões intermediadoras foram realizadas entre os hospitais e o Estado para quitar uma dívida que estavam na casa dos R$ 40 milhões. A proposta do governo foi quitar em 10 parcelas, porém o valor foi liquidado de forma alongada.
 
 
Já sobre ser acusado de pagar R$ 16 milhões para se eleger presidente da Mesa Diretora do Legislativo estadual, Maluf afirmou que Silval colocou todos os deputados e outras autoridades no termo da delação para se beneficiar.
 
 
“Ele arrumou um discurso para cada um e agora terá que provar. Ficou um ano e oito meses tentando sair e quando encontrou uma oportunidade fechou. Mas, acredito que a delação de Silval não se mantém, porque ele pode estar até falando a verdade em alguns assuntos, mas está exagerando demais. E se for pego na mentira, seu termo de delação, poderá ser revogado”, avaliou.
 
 
Mas sobre o fato do ex-governador peemedebista ter que provar suas acusações contra políticos mato-grossenses, o advogado Luciano Pinto afirma que a situação é bem ao contrário. E que no caso dos políticos citados na delação, serão eles que vão ter que provar na Justiça que são inocentes. Explicando que para que para uma delação seja firmada na Procuradoria Geral da República (PGR), o beneficiado além do discurso, precisar ter provas. Assim, não é fácil uma delação ser revogada, pois primeiro a PGR levanta as denúncias e homologa e depois encaminha para o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovar ou não.
 
 
“A delação é aceita se tiver além do puro argumento do colaborador, precisa que ele tenha provas palpáveis. Então nessa de que Silval está mentindo quem terá que provar ao contrário são os citados na delação de que ele está mentindo. Silval não falou simplesmente, ele apresentou provas. O que não impede, como está ocorrendo no caso do ex-gestor, que o Ministério Público também vá atrás de outros elementos que possam ajudar a dar consistência nas denúncias”, falou.
 
 
Ainda conforme o advogado, por isso que comumente após alguém conseguir ter a colaboração firmada, a Polícia Federal (PF) acaba deflagrando operações em cima desta confissões. Isso acontece justamente para que outros elementos sejam apurados.
 
 
Um exemplo foi a operação Malebolge, desencadeada pela PF, no último dia 14 de agosto, que cumpriu mandados de busca e apreensão em casas de deputados, prefeito, ministro, senador e em vários gabinetes na Casa de Leis. 
 
 
Que, inclusive, resultou na prisão do deputado social democrata Gilmar Fabris, que teve seu gabinete na AL e seu aparttamento no Santa Rosa, vasculhados pelos agentes federais. Como foi visto saindo às pressas que possíveis documentos, foi expedido uma ordem de prisão para o parlamentar assinado pelo próprio ministro Luiz Fux, por obstrução da Justiça. 
 
 
“A ação foi para conseguir outras provas. Agora, a delação pode sim ser revogada, porém só se o Silval tiver omitindo informações ou acrescentando coisas a mais, a exemplo do que aconteceu na delação dos proprietários da JBS onde os beneficiados omitiram fatos”, finalizou.

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