Da Redação
(Foto: Reprodução)

Em depoimento no Comando Geral da Polícia Militar, o secretário-chefe afastado da Casa Militar, coronel Evandro Lesco, afirmou que emprestou R$ 24 mil ao cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Correa Junior. O dinheiro era destinado a compra de equipamentos para criação de um programa de interceptações telefônicas, intitulado Sentinela.
Lesco está preso desde o dia 23 de junho por determinação do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. E, desde então, foi afastado do cargo de secretário da Casa Militar do Estado. No mesmo dia foram presos o adjunto da Casa Militar, Ronelson Jorge Barros, o tenente-coronel Januário Batista e o cabo Euclides Torezan, todos também são acusados de participação no esquema.
Na tarde do dia 4 de junho, o coronel foi ouvido pelo coronel Jorge Catarino, responsável pelas investigações, e negou qualquer participação no esquema e em qualquer grupo denonimado sentinela no aplicativo WhatsApp.
No entanto, ele confirmou o empréstimo, e ainda afirmou que já havia emprestado outras quantias em dinheiro ao cabo e outros subordinados. Ele garantiu que não se lembra das datas e que ainda não recebeu o pagamento do R$ 24 mil emprestados.
O depoimento do coronel se assemelhou ao do coronel Zaqueu e apontou o cabo como o responsável pelo esquema de escutas ilegais. E, ainda, afirmou que não deu autorização para compra do equipamentos, nem para o operação. Segundo ele, seu nome como responsável pela compra dos itens foi colocado por engano.
A nota emitida em nome de Lesco é um dos itens anexados pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque, em denúncia encaminhada à Procuradoria Geral da República (PGR) sobre os grampos clandestinos.
Ainda no depoimento, Lesco garantiu que não convidou o cabo Torezan para conversar sobre o Sentinela com o coronel Zaqueu Barbosa. De acordo com o secretário afastados
Em outro momento, ainda sobre o Sentinela, o secretário afastado afirmou que não chegou a convidar o cabo Torezan para conversar sobre o Sentinela com o coronel Zaqueu Barbosa. E, que desconhecia a participação de Torezan na Operação.
Por fim, ele garantiu que, ao seu conhecimento, o projeto Sentinela era uma iniciativa de ingresso no mercado promissor, e que ele não foi feito em razão exclusiva da operação.
O esquema
O esquema de escutas clandestinas que - supostamente envolve oficiais do alto comando da PM do Estado -, foi denunciado pelo ex-secretário de Segurança Pública e promotor Mauro Zaque.
Um reportagem do Fantástico deu mais notoriedade ao caso que envolve - segundo a denúncia mais de 100 números de pessoas que não teria ligação com tráfico de drogas. Em entrevista à imprensa na época da denúncia, o promotor Mauro Zaque chegou a afirmar que o governador Pedro Taques (PSDB) foi informado sobre o esquema e que teria ignorado. Em contrapartida, Taques abriu uma ação contra Zaques sob a argumentação de que seu ex-secretário 'mentia e que não sabia de nada'.
A denúncia do promotor, aponta que o Sentinela teria sido utilizado na operação policial de Cáceres, que apurou crimes envolvendo militares. Nos pedidos de interceptações telefônicas feitas a um juiz de Cáceres, para investigar o caso, foram identificados diversos casos de “barriga de aluguel”.
Além dos quatro até o momento o coronel Zaqueu e o cabo Gerson Correia Junior também foram presos. O coronel está preso na sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope), desde o dia 23 de maio, após o juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá decretar a sua prisão.
Já o cabo Gerson também preso em 23 de maio, chegou a dizer em seu depoimento no último dia 6, que as escutas teriam sido feitas de modo regular e que os telefones de políticos e do desembargador foram incluidos por engano. Até o momento, o cabo é apontado como o responsável por todos o processo das grampos mlitares ilegais. Ele teria realizado os pedidos, as prorrogações e relatórios.
Todos são suspeitos de atuarem no esquema de grampos ilegais operados por policiais militares em Mato Grosso. O mandado atendeu a um pedido assinado pelo desembargador Orlando Perri.
Entre os grampeados estariam a deputada Janaina Riva (PMDB); o advogado José do Patrocínio; o desembargador aposentado José Ferreira Leite; os médicos Sergio Dezanetti, Luciano Florisbelo da Silva, Paullineli Fraga Martins, Helio Ferreira de Lima Junior e Hugo Miguel Viegas Coelho, além de jornalistas.
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