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POLÍTICA Terça-feira, 28 de Agosto de 2018, 10:06 - A | A

28 de Agosto de 2018, 10h:06 - A | A

POLÍTICA / NA MIRA DO STF

Delação de Permínio contra Taques vira notícia na Folha de SP

Da Redação



(Foto: Arquivo/Reprodução)

Permínio e Taques 1.jpg

 

Depois de informação que circulou nesta segunda-feira (27), sobre a delação homologada pela Procuradoria Geral da República do ex-secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB) e aceita pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, a notícia saiu nesta terça-feira estampada em um dos jornais mais lidos do Brasil, a Folha de São Paulo.

 

A delação de Permínio que reforça a colaboração com a Justiça do empresário cuiabano Alan Malouf, igualmente aceita pelo STF, tem como epicentro o governador Pedro Taques (PSDB), que supostamente teria recebido R$ 10 milhões em sua campanha vitoriosa ao governo do Estado em 2014. E para recuperar o dinheiro injetado na corrida eleitoral foi articulado um bem montado esquema na Secretaria de Estado de Educação,  que de acordo com as delações tinham o objetivo de devolver os recursos não contabilizados para a campanha do gestor tucano, mais conhecido como caixa dois.

 

Ambos foram presos na operação Rêmora. O ex-secretário na 2ª fase, em julho de 2016 e Alan Malouf na 3ª fase, denominada  "Grão Vizir", em  14 de dezembro de 2017. Por esquema milionário de desvios em licitações na Seduc, em construção e reformas  de escolas em Mato Grosso. E que teria, conforme o Ministério Público Estadual, desviado pelo menos R$ 56 milhões dos cofres do Estado. 

 

A Operação Rêmora foi deflagrada em 3 de maio de 2016 pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) para desarticular 23 licitações fraudulentas na Seduc, praticadas no decorrer de 2015 quando a Pasta era comandada por Permínio. Malouf que foi foi preso quase um ano e meio depois chegou a ser condenado a 11 anos e 1 mês por cobrança de propina de empresários e fraudes nas licitações das obras e reformas de escolas no Estado. Sentença inclusive proferida, na época, pela juíza Selma Arruda, magistrada atualmente aposentada e candidata ao Senado pelo PSL.  

 

Com esta enxurrada de denúncias pesando contra Taques - com as delações de Alan e Permínio -, alguns analistas políticos em Mato Grosso já miram dificuldades para o chefe do Executivo estadual, em sua caminhada pela reeeleição à Governadoria.

 

Soma-se a isto o depoimento dado também nesta segunda do cabo da PM,  Gerson Corrêa, em depoimento ao juiz da 11ª Vara Militar do Fórum de Cuiabá, Murilo Mesquita, sobre a a participação do governador, agora em outro esquema que ficou conhecido por grampolândia pantaneira, após a descoberta da implantação de uma rede de escutas ilegais que teria grampeado mais de 70 mil pessoas, de acordo om a Justiça e o MPE. 

 

Na delação - por exemplo, de Alan Malouf homologada em abril pela Procuradoria-Geral da República -, o empresário afirma que captou R$ 10 milhões em recursos não contabilizados para a campanha de Pedro Taques ao governo, em 2014, mais conhecido como caixa dois. 

 

Entre as revelações de Malouf ainda estariam informações de que a esta conta seria administrada por Júlio Modesto, ex-secretário de Gestão e da Casa Civil, que deixou o governo de Taques agora em junho. 

 

Em matéria que circulou na Folha de São Paulo, foi divulgado que em parte de seu depoimento Malouf chegou a afirmar que “esteve reunido mais de 100 vezes com o governador Pedro Taques em sua residência para tratar de assuntos financeiros ligados a campanha de 2014”. 

 

Já a delação premiada divulgada nesta segunda-feira (27), de Permínio Pinto, foi aceita pelo ministo Marco Aurélio Mello, após ter sido homologada pela Procuradoria Geral da República.  

 

O ex-secretário preso na segunda fase da operação Rêmora, chegou a ficar preso por cinco meses. E de  acordo o Ministério Público Estadual, responsável pela investigação, teriam sido desviados deste esquema pelo menos R$ 56 milhões dos cofres do Estado. 

 

A delação de Permínio e Malouf trazem denúncias seríssmas contra o gestor tucano, dentre elas que teria sido criado um bem montado esquema de propina e fraudes em licitações, com preços combinados entre várias empreiteiras, como forma de retirar da Seduc o dinheiro que foi repassado nas eleições de 2014, ao governador eleito, Pedro Taques, por meio de Caixa 2. 

 

Ainda que esteja sob sigilo de Justiça, Permínio - como Alan Malouf - também fazem acusações contra Julio Modesto e ainda cita o ex-secretário Paulo Brustolin, que comandou a pasta de Fazenda e o deputado federal tucano e candidato ao Senado, Nilson Leitão. Leitão, de acordo com Permínio, seria o responsável pela indicação do ex-secretário para gerenciar a Seduc.

 

Parte de sua colaboração foi enviada ao Supremo Tribunal de Justiça, pelo fato de ter como alvo a participação no esquema, o governador Pedro Taques, já que é beneficiado com foro privilegiado por conta do cargo que ocupa. Ainda assim, as colaborações muito possivelmente darão mais munição aos seus adversários, que vêm incansavelmente lhe apontando erros de gestão. 

 

Outro lado

 

Ainda de acordo com notícia veiculada na Folha de SP, o advogado de Permínio, Artur Osti, não se manifestou mas em nota, afirmou que aguarda a conclusão da ação penal em que o delator é réu.

 

Já o governador negou qualquer envolvimento no esquema". Segundo ele, todas as movimentações financeiras da campanha de 2014 foram registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

 

Também o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) se desvencilhou do esquema, afirmando que suas contas bancárias estariam à disposição da Justiça, ressaltando que ao longo de toda sua vida pública “nunca solicitou recursos ilícitos ou pediu para que alguém o fizesse em meu nome".

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