Wellyngton Souza e Marisa Batalha
Reprodução
Em depoimento à CPI do Paletó, nesta sexta-feira (16), na Câmara de Cuiabá, o ex-chefe de gabinete, do ex-governador Silval Barbosa,Silvio Correa, afirmou que entregou R$ 50 mil, em propina, ao então deputado estadual e hoje prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
A propina repassada a vários parlamentares de Mato Grosso, foi fartamente revelada, igualmente, pelo ex-governador Silval Barbosa, em sua delação. Garantindo que estes R$ 50 mil era um mensalinho e que o combinado seriam, ao todo, R$ 600 mil dividido em 12 vezes.
Já Corrêa revelou que 'os pagamentos chegaram a ser feitos na Assembleia Legislativa. E na maioria das vezes, eram em espécie". À época, Pinheiro era deputado estadual e recebeu a 'bonificação' como forma de ser favorável às contas de Silval. Lembrando ainda que quando a propina não saia, Pinheiro cobrava Sílvio com veemência.
Mas o que ficou mais feio para o prefeito cuiabano, é que segundo Sílvio, o emedebista teria desistido de pegar o dinheiro todo, de uma só vez, porque no paletó só coube R$ 20 mil.
O restante estava caindo de seus bolsos, como mostra o vídeo entregue por Silvio, em delação premiada ao ministro Luiz Fux, no Supremo Tribunal Federal, após ter sua colabioração com a Justiça homologada pela Procuradoria Geral da República. Os vídeos que foram veiculados pela Rede Globo em nível nacional e ganhou grande repercussão.
Assim, ainda de acordo com Sílvio Cezar Corrêa, Emanuel teria voltado para pegar os outro R$ 30 mil. “O dinheiro repassado ao deputado Emanuel Pinheiro na época era dinheiro de propina mesmo”, declarou Silvio na manhã desta sexta-feira (16).
Oitiva
Na Câmara, nesta sexta, o ex-chefe de gabinete fez questão de frisar que o 'dinheiro passado a Emanuel foi de propina mesmo, em 2013'. Sobretudo, que o dinheiro repassado não tinha nada a ver com dívida do ex-governador Silval, com o irmão de Emanuel, dono de um instituto de pesquisa”, conhecido como Popó,
A oitiva na CPI do Paletó, na Câmara, faz parte das investigações que vem sendo realizadas pelos vereadores, sobre suposta quebra de decoro e obstrução da Justiça por parte do prefeito de Cuiabá.
Entenda o caso
A CPI foi aberta contra o prefeito que aparece em um vídeo recebendo maços de dinheiro, chegando a esconder parte dele no bolso do paletó - origem que deu nome à investigação. Em sua delação premiada, Silval afirmou que os valores seriam referentes a um mensalinho, pagos a deputados para que não fossem contrárias as contas de governo e que não fiscalizassem as obras que estavam sendo realizadas para a Copa do Mundo de 2014.
A CPI é formada pelos vereadores Marcelo Bussiki (PSB), Adevair Cabral (PSDB) e Mário Nadaf (PV), que ocupam os cargos de presidente, relator e membro da comissão, respectivamente. Eles apuram se Emanuel Pinheiro cometeu quebra de decoro e obstrução da Justiça. Ao todo, os membros terão 120 dias para encerrarem as investigações.
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