Marisa Batalha
Alair Ribeiro
O Ministério Público Estadual (MPE) garantiu que Paulo Taques, ex-secretário da Casa Civil e primo do governador Pedro Taques (PSDB), cobrou propina no esquema existente no Departamento Estadual de Trânsito, antes mesmo do grupo assumir o comando político do Estado em janeiro de 2015.
Foi se valendo, inclusive desta argumentação, que o MPE pediu a prisão do ex-secretário de Taques, junto ao desembargador José Zuquim Nogueira, na operação Bônus, 2ª fase da "Bereré", deflagrada nesta quarta-feira (09), pelo Gaeco.
Para embasar a argumentação, o MPE revela nos autos, que em depoimento de um dos proprietários da empresa EIG Mercados Ltda, empresa envolvida no esquema que teria desviado mais de R$ 30 milhões do Detran, assegurou que após acertar os pagamentos com a antiga gestão Silval Barbosa, a EIG Mercados contratou o acusado Valter José Kobori como Chief Executive Officer. Desde então seria ele a pessoa responsável em receber pessoalmente a propina sob título de Bônus pelos serviços pessoais prestados a empresa e repassar o dinheiro para Paulo Cesar Zamar Taques.
Ainda neste depoimento, o empresário garante que as negociações foram feitas antes mesmo do resultado das eleições de 2014, quando Valter Kobori já havia combinado com Paulo Taques o auxílio para manutenção do esquema. Acordado, onclusive, em R$ 1,4 milhão anualmente.
Para o MPE, o ex-secretário fez o pedido valendo-se de sua relação de parentesco com o governador Pedro Taques (PSDB), eleito em 2014. Ele foi um dos coordenadores da campanha e era considerado um dos homens fortes do grupo.
Assim, nem teria esperado seu primo tomar posse como ovo comandante do Palácio Paiaguás, para negociar o esquema de propinas no Detran.
“Ficou evidenciado que tendo conhecimento da existência da organização criminosa e do esquema ilícito operado dentro do Detran, Paulo Cesar Zamar Taques, Pedro Jorge Zamar Taques e Valter José Kobori, os dois primeiros primos do atual governador e amigos de longa data do terceiro, tomaram parte da organização e iniciaram a solicitação e recebimento de propina em razão do cargo público que futuramente Paulo Cesar Zamar Taques viria a ocupar”, aponta o MPE.
Na investigação, foi de Kobori a ideia de pagar a propina para Paulo Taques através do escritório de advocacia. Oficializzada em 6 de outubro de 2014, dia seguinte ao pleito que elegeu Pedro Taques, um substabelecimento em que o escritório de advocacia que atendia a EIG, repassava a Pedro Jorge Zamar Taques os poderes outorgados para a defesa de interesses da empresa.
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