Cuiabá, 25 de Abril de 2024

POLÍCIA Quarta-feira, 14 de Março de 2018, 15:23 - A | A

14 de Março de 2018, 15h:23 - A | A

POLÍCIA / 10° MANDAMENTO

Secretário nega que vídeos de "salves" sejam de membros de facções

Daffiny Delgado



Foto: Reprodução Gazeta Digital

cv muro

 

Após a divulgação de diversos vídeos onde, supostos membros do Comando Vermelho (CV-MT), são filmados fazendo a 'justiça", diante de alguns crimes realizados no Estado', o secretário de Estado de Segurança Pública, Gustavo Garcia, afirmou durante coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira (14), que as imagens feitas não são de membros da facção. 

 

"Estamos fazendo uma investigação muito séria, para apurar pra ver se a pessoa que filma está ligada, de fato, a facção ou não. No entanto, solicitamos que a sociedade confie na polícia e que não aceitem esses vídeos como verdade", explicou. 

 

Apesar das informações concedidas por Garcia, fontes do site Única News garantem que o CV  cresceu no Estado. “Aquele vídeo da escola lá no CPA é verdade mesmo. E se a justiça no Brasil não consegue nem ao menos dar condições dignas para que nossos filhos estudem longe da criminalidade, a justiça do trem consegue”, afirmou fonte. 

 

Os esclarecimentos se deram durante a Operação 10° Mandamento deflagrada pela Polícia Judiciária Civil em Mato Grosso. A operação é resultado de investigações da Delegacia Regional de Barra do Garças, por meio do Núcleo de Inteligência, e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

 

De acordo com a polícia, isso foi uma resposta as ações de facções, que estariam ligadas na morte de preso, invasão em escola e também na execução de dois supostos envolvidos na morte da grávida Viviane Silva, de 18 anos, que seriam ligados ao Comando. 

 

Conforme informações concedidas na coletiva, o delegado Diogo Santana, da GCCO, afirmou que o principal líder do CV-MT seria Renildo Silva Rios, que está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas no Paraná. 

 

No entanto, a liderança da facção seria compartilhada pelos seguintes criminosos, Aldemir de Assis Campos e Gilson Rodrigues dos Santos, que estão detidos na Penitenciária Central do Estado (PCE). 

 

"A gente sabe que as lideranças estão aqui na Capital, na PCE, e as ordens daqui são cumpridas em todo o Estado", ressalta o delegado.

 

Entre os alvos da operação, estão duas mulheres, que fazem parte da liderança da facção. Elas seriam responsáveis pela por cobrar a disciplina dos membros no interior do Estado; sendo elas Carla Eduarda R. dos Santos, que acabou sendo presa durante a operação, em Barra do Garças (a 516 km de Cuiabá) e Emylee Souza da Silva que está foragida.

 

“Elas decidem a pena dos que não rezam rigorosamente na cartilha do CV”, disse delegado Joaquim Leitão, de Barra do Garças. 

 

Organização da Facção 

 

Durante a coletiva um organograma do crime foi apresentado pela Sesp. Aldemir de Assis Campos, o "Japa", é da disciplina, Gilson Rodrigues dos Santos, o "Russo", tem a tarefa de cuidar das finanças, Wanderson Pinheiro de Souza, o "Caju", do Recursos Humanos (RH), batizar os novatos e quem comanda a disciplina fora da Capital seriam Fábio Barbosa, o "Barbosa", Amaury Milhomen, junto de Carla e Emmylee.

 

CV-MT 

 

O Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT) foi criado no início de 2013, dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). A facção foi idealizada pelo detento Sandro da Silva Rabelo, conhecido também por “Sandro Louco”, considerado um dos organizadores da facção mato-grossense, juntamente com Renato Sigarini, conhecido por “Vermelhão”, Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus, o “Miro Louco” ou “Gentil”, e Renildo Silva Rios, conhecido por “Nego”, “Negão”, “Liberdade” ou “Snype”. 

 

O CV-MT visando à expansão da facção criminosa estabeleceu duas principais ações iniciais importantes, a primeira dela foi à criação de um “Conselho” denominado “Conselho do Estado” ou “Conselho Final”, compostos por reeducando do mais alto nível de conhecimento sobre as regras do estatuto. Na estrutura do “Conselho Final” há os cargos de presidente, do vice-presidente, do porta-voz e do tesoureiro.

 

A segunda ação tida como crucial para o desenvolvimento da facção foi fixar autonomia em relação ao Comando Vermelho o Rio de Janeiro, não tendo que prestar contas das atividades ao comando nacional e nem efetuar pagamentos mensais. No entanto, existe uma aliança entre as duas facções.

 

O CV-MT conta com membros em diversas unidades prisionais no Estado de Mato Grosso, especificamente em Raios e Alas reservados aos reeducandos mais perigosos.  A facção mantém controle sobre seus membros e os atualiza quanto às decisões tomadas pelo comando da facção.

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Foto: Divulgação PJC-MT