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Quinta-feira, 15 de Abril de 2021, 20h:00

Universidade de MG diz que vai levar caso de ofensas contra Unemat à polícia

Keka Werneck
Única News

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em Minas Gereis, emitiu nota esta tarde (15), após virem à tona conversas de Whatsapp, discriminando a faculdade de Medicina da Unemat, em Cáceres (a 214 km de Cuiabá), e alunos. A instituição avisa que vai levar à polícia o caso de preconceito e ofensas.

As conversas se deram em um grupo de estudantes, denominado “Unimontes-medicina”. De forma pejorativa e vexatória, aos alunos da Unemat são comparados a bolivianos, ciganos e traficantes de cocaína. Além disso, trazem ironias de que as aulas se dão “em meio a jacarés”, no calor “de 52 graus”, em salas com paredes de reboco e biblioteca que só tem 25 livros.

Na nota da Unimontes, afirma que, ao tomar conhecimento da situação, resolveu se manifestar, repudiando "manifestações de natureza ofensiva, preconceituosa e ilegais" e afirmando que não compactua com isso.

Tanto o Diretório Central dos Estudantes da Unemat (DCE), quanto o Centro Acadêmico da Medicina, também se manifestaram publicamente lamentando as ofensas e pedido punição.

Diretor do DCE da Unemat, Victor Cruvinel, disse ao Única News, que este tipo de situação não pode ser normalizada, ainda mais envolvendo estudantes, inclusive com pretensão de serem médicos.

“O que mais nos incomodou é o teor do que eles chamaram de brincadeira. Não dá para normalizar. O Estado de Mato Grosso sofre discriminação, como quem é do Norte, Nordeste e nós aqui de Cáceres, por vivermos em região de fronteira, sofremos também, porque existe uma aversão a bolivianos”, lamenta Victor.

Segundo ele, as conversar dos estudantes no grupo “Unimontes-medicina” reforçam uma série de preconceitos.

Victor afirma que a Unemat tem uma rede física ainda com muitas necessidades de melhorias e o governo deveria sim investir mais no ensino superior público, mas a parte técnica é excelente e os profissionais muito qualificados. Além disso, ele achou um absurdo que, para criticar a instituições, fossem usados termos pejorativos, discriminatórios, preconceituosos, contra bolivianos e ciganos, associando-os inclusive a traficantes de cocaína.