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Sexta-feira, 08 de Novembro de 2019, 16h:07

Gilmar Mendes vê soltura de Lula como normalidade e culpa imprensa por radicalismo

Euziany Teodoro
Única News

(Foto: Reprodução)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, mato-grossense de Diamantino, está em Cuiabá nesta sexta-feira (8), onde participou de uma visita guiada ao novo Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), ao lado do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Mendes é um dos ministros que aprovou, nesta quinta (7), a proibição de prisão a condenados em segunda instância.

A decisão é polêmica e resultou na soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso há um ano e sete meses, poucas horas após o voto dos ministros. A soltura foi autorizada na tarde desta sexta e causou grande comoção – e debates – em redes sociais e manifestações por todo o Brasil. Lula foi condenado em duas instâncias pelo caso do Triplex. Agora recorrerá em liberdade e só pode voltar a ser preso após decisão da última instância, ou seja, após o processo estar transitado em julgado.

Para Gilmar Mendes, a soltura é uma normalidade, como afirmou durante coletiva à imprensa mato-grossense. “Me parece que isso será recebido com normalidade. Amanhã ele estará em casa e a vida segue normalmente. A política é feita de diálogo. Vejo com absoluta normalidade.”

Segundo ele, o próprio STF chegou a se questionar se haveria tumulto, o que não ocorreu. “Embora a gente não acredite, o Brasil é uma democracia que mostra bastante maturidade. Se falava que haveria muito tumulto, um colega chegou a estimar que haveria tumulto, com a prisão do Lula, lá atrás, e isso não ocorreu. Agora também se falava que haveria tumultos em torna da decisão do STF. Só um ou outro manifestante fez isso. As coisas correram na normalidade”.

Apesar da tranquilidade que demonstra com a decisão, o ministro salientou que a maior “culpada” pela polarização e radicalização na política é a imprensa brasileira.

“A polarização é obra da imprensa. A imprensa demonizou determinas pessoas e estimulou essa prática. Essas manifestações radicais ajudam que a gente clame todos a uma autocrítica. Onde nós erramos? O que fizemos de errado? Isso é importante e tenho a impressão que, olhando a repercussão da decisão de ontem, não sei se por excesso de otimismo, mas já percebo que há esse sentimento. A imprensa está assumindo sua parte de responsabilidade”.