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Terça-feira, 17 de Setembro de 2019, 09h:57

Bolsonaro vai usar viagem aos EUA para reforçar proximidade de Eduardo com Trump

Por Andréia Sadi

(Foto: Brendan Smialowski / AFP Photo)

Diante das resistências no Senado Federal, o governo quer aproveitar a viagem do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, na semana que vem, para "reafirmar" a proximidade de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) com o presidente norte-americano, Donald Trump, como parte da estratégia de convencer parlamentares a apoiarem o deputado federal para assumir a embaixada brasileira em Washington. Bolsonaro vai participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), marcada para começar no dia 20 de setembro, em Nova Iorque.

Um dos principais auxiliares de Bolsonaro disse ao blog que, já que o presidente esperou cerca de um mês desde o dia em que anunciou que poderia indicar o filho, agora, não há pressa para fazer a indicação antes da viagem aos EUA.

Pelo contrário. A ideia é usar a viagem para reforçar como discurso de campanha no Senado, mostrando que "Trump gosta dele", e que é melhor para o Brasil "ter alguém que seja recebido pelo presidente".

Duas preocupações, no entanto, rondam o Planalto. A primeira é em relação à recepção de Eduardo Bolsonaro pelos senadores. Indicado, ele precisará ser aprovado na Comissão de Relações Exteriores do Senado e, depois, no plenário.

Para o governo, a situação ainda não é tranquila, mas conta com articuladores, como o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), outro filho do presidente.

A outra preocupação é em relação a uma eventual derrota de Trump na eleição americana do ano que vem. "As pessoas falam, mas e se Trump não ganhar? Bom, se Trump perder, são outros 500, vê isso depois. Agora, Eduardo é o mais próximo", disse um ministro.

 

Nova imagem

 

Nos bastidores, assessores do presidente defendem um discurso para tentar fazer "uma nova imagem do Brasil", desgastada após as declarações polêmicas sobre o meio ambiente e o bate-boca internacional com o presidente francês, Emanuel Macron, sobre a Amazônia.

Segundo ministros, o governo quer "colocar algumas coisas no lugar": mostrar que o Brasil não é "devastador", que somos uma "potência na agroindústria", que devemos ser "respeitados" e não somos "colônia".

Perguntado se o tom da viagem seria de embate, um auxiliar de Bolsonaro defendeu que não: "não é esta ideia. Com muita educação, queremos mostrar que não pode um Macronzinho da vida vir aqui e falar de nós. Exigimos respeito".