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Domingo, 11 de Agosto de 2019, 15h:19

Meu pai, meu grande amor

Dizem que as lembranças são presentes de Deus, para que não nos esqueçamos da grandeza de sua benevolência. Em particular, aquelas lembranças que têm o poder de nos remeter a um passado de saberes e amores, ainda que não possamos esquecer, igualmente, dos dias difíceis e de dinheiro contado.

É sob este diálogo e, à exemplo de muitos hoje, quero também me colocar como uma 'ré confessa' sobre o meu imenso amor por meu pai.

Bem para além de lhe fazer uma justa homenagem [pois merece imensamente], gostaria muito antes que ele soubesse, no entanto, que no alto de seus 88 anos, completados no último dia 29 de julho, ele tem sido meu maior exemplo, minha grande fonte de inspiração.

De longe, meu pai, meu amado pai, é a pessoa mais doce e sábia que conheci nesta vida.

Um homem que trabalhou 'de sol a sol' para criar cinco filhos, mas que ainda tinha tempo de me deixar dormir no seu colo e me levar para cama já moça, quando eu já tinha quase 15 anos.

Baiano, veio para Mato Grosso a mais de 40 anos. Sem muitos recursos financeiros, nossas alegrias sempre estiveram bem longe das roupas caras, dos gastos nos shoppings ou dos presentes tecnológicos. Mas tínhamos em fartura 'um pai presente'. Um homem austero, mas de coração imenso e dono, inequivocamente, de alma gentil.

Me lembro com muita clareza que minhas dores, quando por alguma razão ficava doente, eram minimizadas pelos seus cuidados. Assim, além do imenso amor que sinto por ele, nesta mesma proporção lhe sou grata. Grata pelas noites mal dormidas e pelo zelo incomparável de um pai que nunca desistiu de nenhum dos filhos.

Que nunca desistiu, nem nos momentos mais difíceis em que a precariedade das nossas finanças só poderiam ser comparadas com nossa vida humilde, de comida na mesa, mas sem sobras. Que não abriu mão um dia sequer de encontrar saídas onde aparentemente não haviam frestas, nem nas portas ou tampouco nas janelas.

E mesmo quando - por conta de uma má circulação -, teve que amputar uma das pernas, ele não desistiu. E escondeu sua tristeza, em sorrisos mansos.

É a este guerreiro, de um amor inquestionável, que rendo homenagens. E, assim, como ele tinha tempo para me colocar para dormir, apesar do cansaço e dos dias difíceis, quero que ele saiba que estou aqui para cuidar e protege-lo até os últimos instantes da minha vida.

À disposição de quem me ensinou que desistir é uma alternativa fácil. E que superar, vencer, não é carro novo, é acreditar. É ter caráter, ter nobreza de alma. Possuir valores e poder, honradamente, repassa-los, como faço hoje com meu filho.

Te amo meu pai! Gratidão!

Lucy_pai

 Lucy Macedo é Diretora do Site Única News e da Revista Única