Gilberto Leite
O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), comentou a forma como o governador Mauro Mendes (DEM) vem lidando com a greve dos trabalhadores da Educação estadual, em greve há 68 dias. Para o prefeito, os educadores estão apenas buscando seus direitos e o governador desrespeita a categoria ao evitar o diálogo.
“É um pedido de socorro para que seus direitos sejam respeitados, que suas conquistas sejam respeitadas, e acaba tendo que lançar mão (da greve) diante de um desrespeito flagrante a uma categoria fundamental para o desenvolvimento da nossa sociedade, que é a educação. Se eu fosse o governador, a palavra seria diálogo, diálogo, diálogo”, disse.
Emanuel Pinheiro afirma que os professores estão cientes das dificuldades financeiras do Estado e procuram uma proposta. “As categorias são bem-intencionadas. Querem trabalhar e sabem que o caixa tem limite. Sabem que existe a LRF 9Lei de Responsabilidade Fiscal), mas querem melhorar de vida. Todo mundo trabalha. Quer seu orçamento familiar. Tem que trabalhar nessa linha tênue e chegar num denominador comum. Não dá pra fazer tudo imediatamente? Faz com prazo, dois anos, três anos.”
Segundo ele, Mendes age com desrespeito. “Tem que fazer propostas. O Sintep é bem-intencionado. Quer garantir as conquistas, mas também entende os limites de caixa. O que não pode é ter desrespeito. Não querer conversar. O diálogo é a melhor forma. Tenho muito apreço por todas as categorias, em especial a educação e os professores, que estão apenas buscando seus direitos estabelecidos em lei e isso tem que ser respeitado.”
A greve
Os professores estaduais estão em greve desde o dia 27 de maio. Eles buscam o cumprimento da Lei 510/2013, a Lei da Dobra, que prevê aumento de 7,69% ao salário da categoria. Também buscam o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) e melhorias nas condições de trabalho e escolas.
O governador Mauro Mendes está irredutível. Afirma que está impedido de conceder qualquer aumento salarial porque o Estado ultrapassou os limites estabelecidos para folha salarial. Do limite de 49% previsto pela lei, Mato Grosso gasta, atualmente, 58%, e precisa se reenquadrar.
Além disso, o governador estabeleceu corte de ponto àqueles que estão em greve. Portanto, já são quase dois meses sem salários. Até o próximo dia 10, o Estado deve pagar aqueles que já retornaram ao trabalho.
O Tribunal de Justiça considerou a greve abusiva, em decisão da última quarta-feira (31), e determinou retorno ao trabalho em até 72 horas, prazo que termina hoje (02). Os professores ignoraram a decisão e mantém a greve por tempo indeterminado, até que ouçam uma proposta do governador.