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Terça-feira, 23 de Julho de 2019, 14h:26

Whindersson Nunes fala sobre haters, responsabilidade na web e limite do humor

Rafael Godinho
Quem News

(Foto: Reprodução / Instagram)

Um dos maiores youtubers do Brasil, Whindersson Nunes tem total consciência da responsabilidade dele em influenciar milhões de pessoas diariamente em suas redes sociais. À QUEM, ele revelou sentir o peso dos seus posts e diz tomar muito cuidado com o conteúdo que gera na web e apresenta nos palcos mundo à fora, para não diminuir ou ofender alguém gratuitamente.

"Nós temos o dever de sermos melhores hoje do que éramos ontem. Eu procuro ser. Volta e meia, vai aparecer alguém dizendo: 'Você agora está assim, mas já disse isso'. Eu assumo tudo que falo e se me arrependo, não tenho problema algum em dizer também, se meu coração está arrependido. Se um dia estiver errado e eu caia em mim, também volto atrás", declara o comediante, que aprendeu a lidar com as críticas.

"As pessoas são cruéis comigo desde muito tempo. Mas as pessoas que me amam são em um número muito maior. Não vou ficar julgando quem julgou. Não sou juíz. Só quero que a vida dessas pessoas melhore. Não recebo tanta cobrança pela sinceridade que eu tenho com meu público. Quando não estou a fim de fazer conteúdo, não faço. Gosto de fazer meus vídeos quando estou inspirado e feliz. Mas no geral, recebo muito amor e carinho. Não tenho o que reclamar das pessoas que me seguem. Até quem não me segue costuma me tratar bem. Meus fãs me dão força, energia, vontade e felicidade para continuar", elogia.

O humorista, que apresenta a nova turnê Show Misterioso, no Espaço das Américas, em São Paulo, no dia 18 de agosto, conta fazer um show para todo o tipo de público assistir. Apesar do texto leve, Whindersson é contra a censura no humor. Para ele, o limite do bom senso tem que ser imposto por quem cria o espetáculo.

"Minhas coisas sempre foram com o contexto de fazer rir e para a família toda assistir. Mas mesmo assim, tem quem não curte e eu respeito. Quando você vê uma propaganda de aula de capoeira e você não gosta de capoeira, você não liga para reclamar. Por que quando você não gosta do tipo de humor do cara, você pede para cancelar e acabar? Se o público concorda e não está fazendo mal para ninguém, não vejo problema. Muitas vezes também existe o mal-entendido quando alguém grava só um trecho do show e fica fora do contexto", explica.

"Nunca fui de fazer piada pesada e ataque a ninguém. Quando faço alguma brincadeira com a Larissa Manoela, por exemplo, pergunto o que ela acha antes. Se ela me disser que tem problema, não faço. Invento outra parada, vou atrás de outro assunto. Agora, se ela disser que pode, não estou nem aí para as críticas. Se alguém fica ofendido comigo, tenho a humildade de ir lá e procurar saber o por que, pedir desculpas", completa ele, que evita falar sobre o episódio envolvendo Carlinhos Maia. "Nunca procurei confusão, nem nada", limita-se a dizer.

Ao ser questionado se ele tem preferência por se apresentar ao vivo para o seu público ou gosta mais de gravar seus vídeos em casa, Whindersson garante sentir o mesmo prazer em ambos trabalhos. "É como você perguntar se gosto mais do meu pai ou da minha mãe. Acho muito bom fazer os dois. Quando tem a cobrança de que não tem vídeo no canal é chato. Agora, realmente, faz tempo que não faço vídeo. Eu sei que tenho que fazer. Mas acho legal fazer as coisas no tempo em que eu me sinto confortável", justifica.

Depressão

Desde abril, quando falou publicamente sobre a depressão que o fez buscar ajuda profissional e se afastar brevemente das redes sociais, Whindersson tem se empenhado em esclarecer seu público sobre a doença.

O humorista comentou com tristeza a morte da blogueira Alinne Araújo, 24, que tirou a própria vida um dia após casar-se consigo mesma depois que o então noivo rompeu o relacionamento. "Não é fácil. As pessoas tentam colocar todo mundo para baixo. Não devemos julgar ninguém, nunca, pelo que vemos no Instagram. Ela foi julgada e não sabemos de nada e nunca vamos saber. Tudo que poderíamos tentar saber, tinha que ser feito enquanto ela estava viva, oferecendo ouvido para escutar, dar um carinho, um abraço. Agora só nos resta orar pela alma dela".

Acostumado a arrancar risadas dos outros, o piauiense sai do sério quando vê alguém aproveitando da tragédia alheia para se promover. "Fico muito triste com pessoas que fazem sensacionalismo com a desgraça dos outros. Assim como existe os jornalistas que fazem manchetes sensacionalistas, também tem a galera na internet que faz de tudo para ganhar seguidores. Eu vi uma pessoa postando dizendo que ia contar tudo sobre a menina que se matou e deixou o perfil fechado para as pessoas terem que seguir ela para ver. Acho isso uma maldade aproveitar de uma situação dessas. Esse é o tipo de coisa que me deixa muito triste", lamenta.