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Quarta-feira, 19 de Junho de 2019, 14h:13

O FIM DO ESTADO - Desterritorialização e mercado cultural

Unica News

(Foto: Assessoria)

Desterritorialização no caso aqui é entendido como uma perda de controle das territorialidades pessoais ou coletivas; uma perda de acesso a territórios econômicos simbólicos. E ele se deu em função, primeiro, da globalização da economia e, segundo, da facilitação tecnológica com o acesso a internet e suas múltiplas possibilidades e recursos de conversação e negociações.

O que chamamos de Globalização é o processo de aproximação entre as diversas sociedades e nações existentes por todo o mundo, seja no âmbito econômico, social, cultural ou político. Porém, o principal destaque dado pela globalização está na integração de mercado entre os países.

Este processo (globalização) acelerou as transformações estruturais dos países e atropelou a cultura do localismo, violentando de forma mortal valores e concepções regionais até então impregnada nas pessoas, que vai desde a alimentação até aos valores religiosos e espirituais, afetando significativamente a relação das pessoas entre si e com o coletivo.

Os grupos ditos minoritários se fracionaram mais ainda e, ao mesmo tempo, se fortaleceram porque atravessaram fronteiras e distancias e conseguiram apoio no mundo todo. Seu “empoderamento” (necessário e importante) inflacionou a máquina do Estado (novas instituições e mais pessoas contratadas) e conflitou interesses diversos na sociedade, deslocando o debate do Estado para os interesses da “pessoa física” em detrimento do coletivo.

A outra questão é o uso da internet como ferramenta de interação, informação, entretenimento e comércio. Este fator retirou do Estado o controle sobre a massa, já que a informação fica “descontrolada” quando você não tem gerência da notícia (Estado e grandes veículos de comunicação perderam o monopólio). Dentro do mesmo contexto, o ambiente econômico passou a permitir negociação além das fronteiras físicas e controle comercial do Estado. Compro e vendo para qualquer local do mundo conectado a rede de computadores.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), existem 193 países. Mas há algumas ausências nessa lista. Dentre as ausências estão Taiwan, cuja independência não é reconhecida pela China, e o Vaticano, que esta fora do cadastro da ONU, além da Palestina.

Mas quando olhamos as multiplicidades econômicas e políticas daria para dividir a terra em no máximo dez grupos ou blocos. O que não pode é aplicar a mesma regra quando falarmos de cultura, porque aí as diferenças são incontáveis. Mas pergunta é: até quando, se hoje o mundo fala com o mundo através dos aplicativos de conversas e site comerciais?

O Estado territorializado está morrendo e a reterritorialização nem sempre é bem sucedida, mas mesmo assim o homem vai se adaptar aos novos territórios, tornando-se num agente ativo. Portanto o (novo) território (estado) já começou, conflitante e caótico.

A prova disso é que nossas crianças falam diversas línguas sem ter estudado na escola ou morado naqueles países. As ferramentas de aprendizagens delas estão nos brinquedos, principalmente os eletrônicos. E o Brasil? Bem, isso trato no próximo artigo: o fim do Estado e o Brasil.

 

*João Edisom de Souza é Doutor em Teologia pela PUC/RS, Mestre em ciências da Educação e Política pela UNIC, Especialista em Psicanálise e Neuropsicologia PUC/RS, Especialista em ciências politica e sociais pela PUC/GO, Especialista em Psicologia Infantil e Gestão de Pessoas e Negócios pela UFMT, Graduado em Filosofia e teologia pelo CDB Campo Grande MS, Pedagogia pela UFMT, Articulista Político, escreve semanalmente para 26 sites do estado e dois jornais impressos em MT e Um de Santos SP, comentarista politico no programa mtmaisnoticias na Radio Jovem Pan, Consultor Educacional e Consultor Politico, Proprietário das empresas Posgrado e Mtpolitica