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Segunda-feira, 10 de Junho de 2019, 09h:57

Victório Galli se defende: na realidade eu não sou homofóbico

Euziany Teodoro
Única News

(Foto: Reprodução/Web)

O ex-deputado federal Victório Galli (PSL), hoje assessor do presidente Jair Bolsonaro, foi condenado, no mês de março deste ano, a pagar R$ 100 mil de indenização por declarações homofóbicas, ditas durante entrevista à Rádio Capital, em 2017.

Na ocasião, Galli disse que “a Disney (estúdios Walt Disney) é gay e que o Mickey (personagem de desenhos animados) representa o homossexualismo”. Defendendo essa ideia, desferiu várias frases homofóbicas durante a entrevista. Ele também disse o personagem Simba, de O Rei Leão, representa o homossexualismo, ao se mostrar "frágil" e perder o status de "macho".

Novamente na Rádio Capital, nesta segunda-feira (10), Galli se defendeu e garantiu que não é homofóbico. “Na realidade eu não sou homofóbico. O que eu disse em relação à Disney, Mickey e Rei Leão, é que atrás deles tinha uma mensagem subliminar e eu fiz um alerta. Como sou pai e sou vovô também, eu disse que os pais têm que tomar cuidado com o que os filhos estão assistindo”.

Ele afirma não ser contra a forma como a pessoa decide viver a própria vida. “Eu não sou contra, de forma nenhuma, a pessoa sendo uma pessoa adulta, maior de idade, se achar por bem viver com outro homem ou outra mulher, é problema dele. O que acontece entre quatro paredes não é da conta de ninguém não, mas temos que respeitar as crianças, esperar ela ser maior de idade pra decidir o que quer da vida”, disse.

Para ele, suas declarações, na ocasião, foram “uma profecia”. “Em relação à questão da Disney, parece que foi uma profecia o que eu fiz: a Disney está lançando filmes de crianças e adolescentes como gays. Está lançando essas coisas hoje. Tem que ter cuidado com isso. Agora... eu não sou homofóbico’.

Ainda assim, Victório Galli volta a criticar, como em várias outras ocasiões, manifestações pró-LGBTQI que, para ele, representam apologia ao homossexualismo.

“Pode procurar que não existe nenhum boletim de ocorrência que eu agredi um gay, um homossexual ou uma lésbica. Tenho eleitor, tenho sobrinho meu que é gay. Pede benção pra mim e eu abençoo ele. O que eu sou contra e não vou me calar, nesse sentido, é as pessoas fazerem manifestação na rua. As lésbicas mostrar seio na rua, os gays mostrar bumbum na rua e alguém introduzir um crucifixo. Isso é apologia. Isso é o ativismo e eu sou contra isso”.

Ao ser condenado a pagar R$ 100 mil de indenização, a defesa de Galli perdeu o prazo e não recorreu. Ele, então trocou de advogado. Hoje, quem tenta reverter a situação, é o advogado Marcos Rachid, que em primeiro ato, pediu justiça gratuita, apesar do salário de R$ 16 mil que o assessor da Casa Civil da Presidência recebe.

Galli explica. “Em relação a essa questão que pedi a justiça gratuita, pq não estou no mandato mais. Meu salário líquido hoje dá em torno de R$ 11.800,00, como assessor. Está tudo comprometido com o compromisso que eu tenho com minha família. Se não tiver como ser gratuita, tem como parcelar. O juiz vai ver a melhor forma de me atender”.

Na decisão que condena Galli, a juíza da Vara Especializada Ação Civil Pública e Ação Popular da Comarca de Cuiabá, Célia Regina Vidotti, diz que não concordar com o homossexualismo ou com qualquer outro fato ou orientação sexual é um direito de qualquer cidadão e uma garantia legal, mas que abusos não podem ser tolerados.

Para o advogado Marcos Rachid, os advogados que cuidaram do caso, na época, foram displicentes com a defesa. Ele vai tentar tornar a decisão sem efeito.

“Houve falta de defesa absoluta pelos ex-colegas. Disseram apenas que era liberdade de expressão e não rebateram as acusações. Para piorar a situação, ele foi julgado antecipadamente com condenação e os advogados perderam o prazo para recorrer. Quando a juíza dá uma sentença, você tem por obrigação concordar ou discordar, entrar com embargos pra questionar que não foi ouvido. Toda decisão é passível de reanálise. Então, eu, na minha tese, estou buscando pelo judiciário de mato grosso, uma ação rescisória”.