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Terça-feira, 23 de Abril de 2019, 16h:36

Wilson minimiza atrito com ministro e defende união para intervir na Santa Casa

Fernanda Nazário
Única News

(Foto: Alair Ribeiro)

O deputado Wilson Santos (PSDB) minimizou o atrito que teve com o ministro de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante reunião para resolução do problema da Santa Casa, nesta segunda-feira (22). Segundo o tucano, ele foi o último parlamentar a questionar o ministro, que já estava de saída e cansado por causa do exaustivo dia de trabalho em Cuiabá.

Na reunião, Mandetta se irritou com o deputado após Wilson pedir que o Governo Federal implante medidas mais efetivas. Ele também sugeriu que a União faça uma intervenção com objetivo de transferir recursos imediatamente para o hospital filantrópico, que está há mais de um mês de portas fechadas.

“Quero dizer que fiquei muito satisfeito do ministro ter vindo à Cuiabá. Ele tirou um dia da sua rotina em Brasília, demonstrando carinho, respeito e responsabilidade. Sou grato e registro com muita satisfação essa postura extremamente interessante à capital mato-grossense”.

Wilson lamentou ter sido o último a interpelar Mandetta. Ele acredita que, se os dois tivessem mais tempo, o debate seria interessante. “Quando eu fui falar ele já estava de saída, cansado pelo dia exaustivo de trabalho e louco para ir embora. Eu conseguir fazer só uma pergunta e ele respondeu do jeito que acha, levantou e foi embora. Não teve tempo de acirrar a conversa e nem de aquecer direito. Não passou do primeiro round”, brinca o parlamentar.

Santos atribui a insensibilidade do ministro em não liberar recurso à Santa Casa à falta de experiência de Mandetta no executivo. “Ele é deputado federal, nunca foi prefeito. É a primeira vez, eu acho, que ele exerce uma função executiva. Eu tenho a visão de prefeito e a questão da saúde é diferente de uma ponte que cai e você pode pedir para as pessoas rodearem ou de uma escola, quando os professores entram em greve, onde ao final do ano as aulas são repostas. Na saúde, não se consegue repor a vida”.

O tucano é contra o Governo Federal liberar recurso somente depois que receber plano de ação da gestão da Santa Casa. Ele defende que seja liberado recurso para aquisição de insumos básicos necessários à reativação da unidade e colocar o salário dos funcionários em dia. Eles estão sem receber há sete meses.

“Ao mesmo tempo em que reabre as portas, continua fazendo as auditorias e o planejamento. Não dá para esperar acabar a CPI na Câmara (de vereadores), esperar acabar o planejamento daqui quatro ou cinco meses. Tem gente morrendo, enquanto ele [Mandetta] e o governo do Estado estão nessa situação confortável”.

Para Wilson, o problema da Santa Casa pode ser resolvido com uma intervenção intersetorial no local. “Tem que ser colocado algum representante do Ministério na Santa Casa pelos próximos seis meses. Todo mundo tem que remar o barco no mesmo sentido. Tanto na Prefeitura, como Estado, União e a sociedade de forma geral”, defende.

O deputado também critica a falta de união em prol do hospital. Ele cita, como exemplo, o esforço das pessoas de vários países na recuperação da Catedral de Notre-Dame, em Paris, que pegou fogo no último dia 15 e, em poucos dias, já recebeu R$ 4,4 bilhões de doação. “Aqui, a Santa Casa está fechada há 40 dias e não aparece nenhum empresário para fazer doação”.