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Quarta-feira, 07 de Novembro de 2018, 15h:58

Vereador cobra Águas Cuiabá por buracos e contas altas na capital

Marisa Batalha

(Foto: Reprodução/Web)

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Em entrevista nesta última terça-feira (06), à Rádio Capital, o vereador Dilemário Alencar (Pros) – que tentou, sem sucesso, uma vaga no Legislativo estadual – criticou os trabalhos que vêm sendo realizados pela Concessionária Águas Cuiabá, em ruas e avenidas da capital.

 

De acordo com o parlamentar municipal, não é raro observar os ‘rasgos' no asfalto que têm sido feitos pela companhia de saneamento, que são deixados abertos. 'Ou seja, abrem as valetas e depois não fecham e, nem tampouco, recapeiam, causando transtornos a moradores e comerciantes. Além de gerar acidentes e muita poeira.Uma situação que piora sensivelmente quando chove, pois aí vem a lama, as bolsas da água, resultando em uma série de aborrecimentos.

 

 “O que a concessionária Águas Cuiabá vem fazendo na capital não está certo, sem falar que está longe de cumprir seu dever de casa. Por onde a gente tem andado, a população tem reclamado muito sobre a forma com que a empresa tem realizado suas obras. Inclusive, sem cumprir o que está pactuado – em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) -, assinado pela concessionária junto ao Ministério Público Estadual. Um termo que exige, inclusive, que em 18 meses a empresa invista R$ 204 milhões em saneamento, rede de esgoto e na universalização da água. E já se passaram 15 meses sem que nada do que foi acordado tenha sido feito. O prazo vence em fevereiro do ano que vem. Ou seja, faltam três meses e os recursos não foram investidos”. 

 

Para colocar esta situação ‘preto no branco’ o parlamentar solicitou, por meio de um requerimento, a presença do diretor-geral da empresa, Luiz Fernando Fabbriane, na Câmara de Cuiabá, no próximo dia 27 de novembro, às 9h, para que ele explique valetas, buracos abertos, falta de recapeamento e, sobretudo, a não aplicação dos recursos [R$ 2014 milhões], em sua integralidade.

 

Dilemário ainda quer saber porque estas intervenções são realizadas sem nenhum diálogo antecipado com a comunidade.Principalmente com os comerciantes que têm reclamado que eles chegam, interditam a rua e deixam perdas financeiras enormes para quem tem seu comércio nestes locais. 

 

Ainda levando em conta que por lei, estas obras têm um prazo de realização, fechamento e recuperação asfáltica do espaço, comumente em torno de oito dias. 

 

‘Então nós vamos levá-lo para que Fabbriane faça uma prestação de contas. Nos fale sobre o plano emergencial da empresa para a capital. E onde tem sido investido o aporte de R$ 204 milhões. E, sobretudo, para que não chegue em fevereiro e a empresa peça a prorrogação para a aplicação destes investimentos’.

 

Ainda conforme o parlamentar, em conversa por telefone com o diretor, acertando a sua ida à Câmara, ele lembrou ao responsável pela Águas Cuiabá que os cuiabanos estão traumatizados com obras abandonadas depois do VLT, que rasgou a cidade de ponta a ponta, deixando buracos por todos lados. Valetas enormes abertas há anos, nas principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande. ‘Disse a ele que as coisas como estão sendo feitas pela companhia não está certo e não dá para continuar’.

 

Dilemário ainda lembrou que recebeu um vídeo de um amigo – do suplente de vereador -, revelando que ele não teria conseguindo entrar em sua casa, para pegar os filhos para levar à escola, por conta de a rua estar interditada, na região do Bosque da Saúde II. Ainda reclamando que estas intervenções comumente têm sido feitas sem avisar a comunidade antecipadamente. 

 

Um fato, ainda diz Dilemário, como forma de reforçar o que foi dito pelo amigo, que além de não avisarem, muitas destas obras são iniciadas e depois, por alguma razão, abandonadas. Deixando enormes buracos 'a céu aberto’, em um claro desrespeito à cuiabania.

 

Ainda quando realizava a entrevista, o vereador do Pros ainda recebeu no programa de rádio, realizada ao vivo, uma outra reclamação – via WhatsApp -, de um morador da região central de Cuiabá, informando que alguns pontos no entorno da Isaac Póvoas, estariam cheios de buracos abertos pela companhia de saneamento. Alguns deles já há dias abertos e que estas valetas além de representarem perigo, neste período de chuva, pois podem significar perigosos acidentes no trânsito.

 

‘Como a concessionária possui um TAC com o MPE, após contrato assinado com a prefeitura, muito possivelmente nem mesmo as secretarias como a Semob e Serviços Urbanos podem interferir. A prefeitura enquanto concedente pode chamar os responsáveis, mas as obras e o abandono são de responsabilidade da empresa Águas Cuiabá’.

 

Para o vereador, não há explicação para tanto descaso já que a empresa arrecada R$ 20 milhões mensalmente. ‘E olha que ainda recebo dezenas de reclamações sobre a elevação nas contas.Tanto que entre os serviços que lideram as reclamações no Procon estão as contas de água e esgoto em Cuiabá. Tenho, por exemplo, aqui comigo uma conta de água que apesar do consumo não ter sofrido nenhum acréscimo, a conta subiu, no entanto, de R$ 85 para R$ 189, de um mês para o outro.

 

‘O contrato entre a prefeitura e a empresa, com um TAC do MPE no meio, exige que a Águas Cuiabá cumpra sua tarefa que é a execução dos 100% da coleta, tratamento de esgoto e a universalização da água em Cuiabá. E têm até agosto de 2014 para aplicarem nesta demanda, R$1,2 milhão. Como parlamentar esta é a minha obrigação, fiscalizar e cobrar. E é o que estamos fazendo, quando pedimos a presença do responsável pela companhia para que explique à população o que a empresa tem feito em favor da população', finalizou. 

 

Águas Cuiabá

 

A Águas Cuiabá assumiu o serviço de água e esgoto da Capital em 2017, com a responsabilidade de atender uma população de 580 mil pessoas. Com direção interna da Iguá, uma nova companhia de saneamento que atua no gerenciamento e na operação de sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, por intermédio de concessões e de parcerias público-privadas.

 

Quando a concessionária completou um ano de serviços de saneamento na capital mato-grossense, no início de agosto deste ano, sua assessoria - via mailing -, comemorou o fato, lembrando que neste período de operação, a companhia injetou investimentos na ordem de R$ 59,4 milhões e, ainda, movimentou a economia local por meio da geração de 700 empregos diretos e indiretos, totalizando cerca de 1400 postos de trabalho. 

 

Atualmente, está presente em cinco estados brasileiros: Alagoas, Mato Grosso, Santa Catarina, São Paulo e Paraná, por meio de 18 operações, que, somadas, atendem a cerca de 6,6 milhões de pessoas. O alcance da prestação de serviços coloca a companhia entre os principais operadores privados do setor de saneamento no país. O nome Iguá é uma referência direta ao universo de atuação da companhia: em tupi-guarani, “ig” que dizer água.