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Quarta-feira, 10 de Outubro de 2018, 09h:47

Bolsonaro cogita propor 17 anos para maioridade penal em vez de 16, como prevê plano de governo

Candidato a presidente pelo PSL deu declaração em entrevista à TV Band. Ele argumenta que proposta de 17 anos seria aprovada com mais facilidade no Congresso.

Por G1

(Foto: Foto: Reprodução/Band)

 

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, disse nesta terça-feira (9), em entrevista à TV Band, que se eleito pode apresentar uma proposta de mudança de redução da maioridade penal para 17 anos, e não 16, como prevê seu programa de governo.

 

“Talvez a gente bote 17. Se você botar 16, você pode não aprovar”, afirmou Bolsonaro. "A nossa proposta é passar para 17, o futuro governo passa para 16. Devagar você chega lá”, declarou.

 

O candidato também disse que irá propor a alteração do Código Penal para que policiais não sejam processados por excesso se, após uma missão, “no dia seguinte aparece gente morta com três, quatro tiros”.

 

Segundo ele, um policial militar teme mais um "capa preta" que vá julgá-lo que "um bandido com uma ponto 50 em cima do morro".

 

De acordo com o candidato, não se pode condenar por excesso um policial se, após uma troca de tiros, "aparece gente morta com três, quatro tiros". "Porque mais de dois tiros é excesso”, declarou.

 

Para Bolsonaro, o policial, após cumprir a missão, "tem que ser condecorado, e não processado".

 

"Isso entra você mexer no Código Penal”, afirmou.

 

Ainda na área de segurança, ele voltou a afirmar que “porte de arma de fogo tem que ser um direito do cidadão de bem”.

 

Nesta terça, Bolsonaro também falou sobre segurança em mensagem no Twitter: “Queremos devolver à população o prazer de andar na rua sem medo”, escreveu.

 

Economia

 

O candidato defendeu a privatização de empresas estatais que deem prejuízo. "Ou até mesmo extinguir”. Mas disse que o setor de geração de energia elétrica será exceção, assim como o “miolo” da Petrobras.

 

Ele falou ainda sobre a proposta de sua campanha para a Previdência. “O grande problema é o serviço público. O resto é combate a fraude”, disse.

 

“Serviço público, homem, se aposenta com 60 anos de idade. Vamos botar 61. Você aprova. Se quiser já botar 65, nem que seja mais na frente, você não vai aprovar.”

 

Ele também mencionou a aposentadoria para militares. “A proposta inicial do Temer falava, por exemplo, em aposentar o policial miliar com 65 anos. Eu conversei com meu pessoal. Vai ser um fuzil ou uma bengala que o soldado vai usar?”, indagou.

 

“A expectativa de vida deles (policiais) está na faixa de 50 e poucos anos de idade. Então, você não pode tratar o policial militar, por exemplo, da mesma forma.”

 

O candidato disse ainda que “está descartado o aumento de impostos” e prometeu “reduzir impostos de empresários”. Para fechar a conta, ele diz que vai “ampliar a base de empregados na formalidade”.

 

O candidato, que continua no Rio de Janeiro até receber liberação médica para voltar a fazer campanha nas ruas, também deu entrevista ao SBT, e disse que não vai negociar cargos em troca de apoio.

 

“Não repartiremos estatais, diretoria de bancos, de ministérios para conseguir apoio.”

 

Sobre os planos para sua campanha no segundo turno, ele disse que, se conseguir liberação médica para viajar de avião, pretende ir ao Nordeste.

 

No primeiro turno, o candidato do PT, Fernando Haddad, ficou em primeiro lugar na votação da maior parte dos estados dessa região.

 

Entrevista a rádio

 

Também nesta terça-feira, Bolsonaro concedeu uma entrevista à rádio Jovem Pan na qual disse que receberá nesta quarta uma equipe de médicos do hopital Albert Einstein para avaliar o quadro de saúde.

 

Na entrevista, o candidato do PSL disse ser "quase impossível" a equipe autorizá-lo a viajar, mas ele ainda precisa saber qual será a decisão sobre participar de debates.

 

"Naõ tenho problema em debater com ele, mas preciso de liberação médica. O que aconteceu comigo, dizem os médicos, de cada 100 pessoas que levam uma facada como a que eu levei, apenas uma sobrevive", disse.

 

Questionado, então, sobre se perdoará Adélio Bispo, que disse ser o autor da facada, Bolsonaro disse que não porque ele sabia o que estava fazendo.

 

"Eu não perdoo ele, não. No que depender de mim, ele mofa na cadeia. Eu vou perdoar esse cara para quê? Tem que apodrecer na cadeia. Vamos acabar com esse negócio de ficar com pena de encarceirado. Quem está lá, fez por merecer", declarou.

 

Em outro trecho, disse que acabará com o "ativismo xiita" porque "o ativismo não é benéfico". "Temos que por um ponto final. Do que esse pessoal vive? Dinheiro de ONGs", completou.