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Quarta-feira, 22 de Agosto de 2018, 13h:54

Na mesma decisão que acata depoimento, juiz nega a PM arma e fim de tornozeleira

Da Redação

(Foto: Reprodução)

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Nesta última segunda-feira (20), na mesma decisão em que o juiz da 11ª Vara da Justiça Militar, Murilo de Moura Mesquita, acatou o pedido da defesa do cabo da PM, Gerson Luiz Correa Júnior, agendando um novo depoimento do militar para esta próxima segunda-feira (27), tambem nega ao PM a revogação das medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a decretação de sigilo sobre a ação. 

 

Se o magistrado compreendeu o argumento da defesa de que o cabo Gerson ainda teria muito o que falar em sua colaboração com a Justiça sobre a rede clandestina de escutas ilegais, mais conhecida como Grampolândia Pantaneira. Entendendo que as mais de seis horas de depoimento teriam deixado o PM em 'estado de fadiga', uma vez que o julgamento foi iniciado às 13h e Gerson só foi depor às 23h. O magistrado, entretanto, não reconheceu a necessidade da retirada da tornozeliera e ainda o pedido da devolução da arma da corporação para a sua proteção pessoal e para a sua família, o fim da ação penal e ainda sigilo para ela. 

 

Gerson é considerado hoje pela Justiça de Mato Grosso, como um dos principas informantes no processo na investigação sobre os grampos ilegais. Em sua decisão, o juiz entendeu, no entanto, que pelo menos por agora - apesar de sua colaboração -, nem ele, nem sua família estariam correndo perigo .

 

Em trecho da ção, o magistrado revela que neste sentido, 'urge salientar que o referido réu afirmou em seu interrogatório judicial que, até o momento, não foi alvo de ameaças, apesar de já ter testemunhado por diversas vezes contra organizações criminosas'.

 

Pontuando ainda que o depoimento dado no último dia 27 de julho à justiça, pelo cabo Gerson, não trouxe maiores informações do aquelas que já teriam sido repassadas em seu depoimento, dado aos delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Henrique Stringueta, na época em qe os delegados eram os responsáveis pelas investigações.

 

Apontado como um dos principais operadores do esquema, Gerson foi o últimos dos militares e de patente mais baixa [maioria dos supostos ligados ao esquema são coronéis da PM] que ficou preso por conta da investigação dos grampos. Gerson ficou preso durante dez meses entre maio de 2017 e março de 2018.

 

O esquema foi denunciado em 2015 pelo promotor de justiça, Mauro Zaque, ex-secretário de Estado de Segurança Pública, de Taques. E de acordo com Zaque - em entrevista dada ao programa Fantástico, da Rede Globo, em 14 de maio de 2017 -, o gestor tucano sabia da rede clandestina que teria grampeado adversários políticos em 2014, quando disputava a Governadoria. Dentre eles estaria desde a deputada estadual, a emedebista Janaina Riva, até jornalista, empresários, advogados, juízes, médicos e mesmo uma ex-amante do ex-secretário-Chefe da Casa Civil, Paulo Taques, inclusive preso por conta dos grampos no ano passado e apontado pelo cabo Gerson como financiador do esquema. 

 

A matéria deu notoriedade nacional ao caso, após veiculação global e, sobretudo, porque foi pela primeira vez que Mauro Zaque teria falado publicamente sobre o assunto. Aliás, foi o promotor quem encaminhou a denúncia à Procuradoria-Geral da República (PGR). Na reportagem, Zaque afirma que informou ao governador Pedro Taques (PSDB) a existência do esquema. 

 

Já o governador desmentiu seu ex-secretário, revelando que a denúncia nunca teria chegado até ele, mas pediu que a Justiça investigasse o fato, após matéria no Fantástico.

 

O pedido acolhido pela Justiça, formulado pelo advogado Neymam Augusto Monteiro, defensor de Gerson, agendou nova audiência para dia 27 de agosto, às 13h30.