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Sexta-feira, 10 de Agosto de 2018, 11h:49

Homem é preso dentro de Fórum por ameaçar juiz, após prisão de esposa ligada ao CV

Da Redação

(Foto: PJC-MT)

marido de presa

 

 

Foi preso dentro do Fórum de Cuiabá, nesta quinta-feira (09), Rafael Dhiego Gorget Camargo, depois de ter sido flagrado pela Polícia Judiciária Civil fazendo ameaças, por meio do aplicativo WhastApp, ao juiz Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara Criminal [Vara Especializada do Crime Organizado]. 

 

O magistrado foi responsável pela prisão de sua esposa, Keyla Regina Balduino, detida na operação “Red Money”, deflagrada nesta última quarta-feira (8), para desmantelar e descapitalizar a principal facção criminosa de Mato Grosso [Comando Vermelho], cujas maiores lideranças encontram-se presas na Penitenciária Central do Estado. 

 

Ex-presidiário, Rafael - que faz uso de tornozeleira - foi pego dentro do Fórum quando acompanhava a esposa detida na operação, ameaçando Faleiros pelo Whast.

 

De acordo com os investigadores, a operação Red Money implodiu um bem montado grupo que desenvolveu um sistema interno de arrecadação e movimentação financeira, bem como de lavagem de dinheiro, a partir de empresas de fachada, contas bancárias de terceiros e de parentes de presos.

 

O sistema de arrecadação financeira funciona, segundo a Polícia Civil, sob “formato de pirâmide”, tendo em seu topo o núcleo de liderança e, na base, dezenas de contas bancárias com movimentação menor, que fazem a captação de dinheiro e, gradativamente, repassam às contas maiores. Na operação foram decretadas 233 ordens judiciais. 

 

Segundo as investigações, logo após a deflagração da operação Red Money, o suspeito[Rafael] telefonou para uma pessoa próxima e ligada ao juiz de direito, Marcos Faleiros, fazendo uma série de ameaças em razão da prisão de sua mulher e ainda da apreensão de veículos. No contexto das ameaças, o suspeito mandou recado, por meio dessa pessoa, falando que algo de grave aconteceria ao magistrado, caso a prisão preventiva de sua esposa não fosse revogada.

 

Ainda durante o telefonema, o suspeito reconheceu ter responsabilidade sobre os crimes imputados à sua esposa, demonstrando ocupar posição de destaque na organização criminosa investigada na operação.

 

O suspeito, após ser autuado em flagrante, foi encaminhado para audiência de custódia no Fórum de Cuiabá.

 

Entenda a Operação

 

A operação Red Money foi realizada pela Polícia Judiciária Civil, sob a coordenação da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com o objetivo de desestruturar a base financeira da principal facção criminosa de Mato Grosso, cujas lideranças estão presas na Penitenciária Central do Estado.

 

Foram decretados 94 mandados de prisão (30 alvos estão dentro de presídios), 59 mandados de busca e apreensão, 80 ordens judiciais de bloqueio de contas correntes e outras medidas cautelares de sequestro de bens e valores (1 fazenda no município de Salto do Céu, 2 casas e 1 terreno em Cuiabá, 2 caminhões e 5 automóveis), interdição de duas empresas. As ordens foram deferidas pelo juiz de direito, Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara Criminal - Vara Especializada do 

 

Crime Organizado

 

A investigação iniciada há mais de 15 meses teve como foco a apreensão de patrimônio e descapitalização da facção criminosa. Segundo investigações, a organização desenvolveu internamente um sistema de arrecadação financeira próprio. Por meses, os analistas estudaram o sistema de arrecadação financeira da facção criminosa descobrindo três fontes principais de recursos:

 

1. Mensalidade paga pelos faccionados, chamadas de “camisa”; 2. Cadastramento e mensalidades pagas por traficantes ou por cada ponto de venda de droga, conhecidas por “biqueiras”; e 3.  Cobrança de “taxa de segurança” de comércios (extorsão de comerciantes).