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Quarta-feira, 01 de Agosto de 2018, 12h:51

Medeiros: para me tirar do páreo é só ‘matando ou no voto’

Luana Valentim

(Foto: Pedro França/Agência Senado)

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Após ter o mandato cassado, o senador José Medeiros (Podemos), pré-candidato a reeleição, sem esconder o seu aborrecimento, declarou nesta quarta-feira (01), em entrevista à Rádio Capital FM, que para tirá-lo do páreo é só matando ou no voto.

 

O Tribunal Regional Eleitoral decidiu por unanimidade a cassação de Medeiros por fraude na ata de registro de candidatura da chapa em que se elegeu como primeiro suplente em 2010. Em uma outra votação, na mesma sessão, foi decidido Paulo Fiúza, que é segundo suplente, deverá assumir o posto. A decisão, entretanto, ainda cabe recurso.

 

Medeiros garantiu que quanto a sua pré-candidatura, nada será mudado, pois essa foi somente uma pancada que ele recebeu. Ainda declarou que vai recorrer a decisão.

 

Ele relata também que nunca assinou a ‘referida ata’, nem mesmo chegou perto, considerando que tudo isso se trata de ‘uma patifaria’ e um plano para tirá-lo da vida pública.

 

“É porque em certos escalões da sociedade brasileira, não aceitam certos tipos de pessoa que não se dobram. Mas não foi isso que os incomodaram e sim o fato de o senador José Medeiros não ter dono, nem cabresto”, disse.

 

Ele destaca que a maior questão é se realmente essa ata foi fraudada, pois lembrou que quando o governador Pedro Taques (PSDB), era candidato a senador em 2010, ninguém queria ser o seu suplente, pois estava com apenas 1%. 

 

Taques tinha como concorrentes, o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), o ex-deputado federal Carlos Abicail (PT) e o ex-senador Antero Paes de Barros (sem partido) e não tinha a perspectiva de ganhar. Medeiros relata que na época, ninguém passou perto da ata, pois, achavam que era só competir e depois que ganharam a eleição, vieram com essa história.

 

Na audiência, o advogado de defesa de Fiúza, Marcelo Segura, mostrou um vídeo de um debate feito em uma TV de Sinop, durante a campanha daquele ano, onde Taques pedia voto afirmando que seu primeiro suplente era o Fiúza.

 

Porém, o senador rebate e diz que ele foi convidado para ser o primeiro suplente, sendo impossível que fosse o Fiuza. Pois sendo assim, ele teria que ter renunciado, de acordo com as regras eleitorais, para que Medeiros assumisse como 2º suplente.

 

“O que eu sei dessa ata é que o Zeca Viana, que era candidato a primeiro suplente, renunciou. Eu era candidato a deputado federal. Isso já era no último mês da campanha para o Senado. Me convidaram para renunciar à candidatura de deputado para substituir o Viana. E foi isso”, explicou.

 

Ele ainda destaca que o relator do caso, Ulisses Rabaneda passou a vida advogando para pessoas que estão no processo político e agora está fazendo julgamento de quem poderá ser candidato.

 

“Se você for dar uma olhada no voto desse rapaz, ele foi tão bem construído que se eu não soubesse a verdade desse processo, eu seria capaz de votar contra mim”, ironizou.

 

Ele ainda declarou que já estava sabendo da decisão há três dias e por isso irá pedir a investigação do relator no Conselho Nacional de Justiça. 

 

“O que assombra, é que faltando apenas três dias para as convenções, querem retirar o senador José Medeiros da vida pública. Tem sete anos esse processo e parte dele foi instinto. E agora no apagar das luzes, no momento das convenções querem me tirar”, declarou.

 

Ele avalia que isso traz um peso imenso para qualquer candidatura, vendo que esse é um recado bem dado. Analisou que todas as portas foram fechadas para que ele não tivesse chapa, porém se manteve firme. 

 

Medeiros pontua que foi para a tribuna do Senado Federal para representar Mato Grosso e por ter a procuração dos mato-grossenses, falou ‘grosso’, pois não estava lá para ser elegante e sim para fazer a defesa do Estado, pois merece ‘ser fendido com unhas e dentes’

 

Ele ainda divulgou um vídeo em sua página do Facebook, expressando a sua opinião quanto a decisão do juiz.

 

Veja na íntegra: