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Terça-feira, 12 de Junho de 2018, 16h:22

Mãe de bebê enterrada viva diz que tem interesse em ficar com a filha

Da Redação

(Foto: PJC)

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Em depoimento, a mãe Maialla Paluni Kamayaura Trumai, de 15 anos, declarou que tem interesse em ficar com a filha recém-nascida que está sob a tutela do Estado, após ser resgatada pela Polícia Militar com mais de 7 horas em baixo da terra, na última terça-feira (5), em Canarana (a 838 km de Cuiabá). De acordo com a Polícia Civil, a investigação apura se houve participação de outros envolvidos. 

 

Conforme ainda a Polícia Civil, as investigações sobre o caso da recém-nascida enterrada viva pela bisavó prosseguem, pois há suspeita de que tenha participação de outros envolvidos.

 

Segundo o delegado responspavel pelas investigações, Deuel Paixão de Santana, mesmo com o inquérito policial concluído, nesta segunda-feira (11), indiciando a bisavó Kutsamin Kamayura, de 57 anos, por tentativa de homicídio qualificado ao enterrar viva a bebê, pode aparecer mais envolvidos na história. 

 

Segundo as investigações, o crime foi motivado pelo fato da mãe da bebê, uma adolescente indígena, de 15 anos, ser solteira. A avó e a bisavó da criança que premeditaram e planejaram  o que seria feito com o bebê logo depois do parto, seguem presas.

 

A bisavó foi presa no dia 5 de junho por ser apontada como a responsável em cavar uma cova de 50 centímetros e enterrar a bisneta viva, após o nascimento. De acordo com a Polícia Civil, após a audiência de custódia, na quarta-feira (6), ela foi encaminhada para o presídio de Nova Xavantina (a 651 km de Cuiabá). 

 

Nesta segunda-feira (11), O Ministério Público do Estado (MPE) apresentou denúncia por tentativa de homicídio duplamente qualificado contra Kutsamin. De acordo com o Ministério Público, ao enterrar a recém-nascida ela tentou matá-la asfixiada e com impossibilidade de defesa.

 

Ainda nesta segunda-feira, o pedido de revogação da prisão preventiva de Kutsamin foi negado pela Justiça de Mato Grosso, nesta segunda-feira (11). A decisão é do juiz Darwin de Souza Pontes, da 1ª Vara Criminal e Cível do município, sendo o mesmo responsável que decretou a prisão da indígena.

 

Em relação a avó da criança, Tapoalu Kamayura, de 33 anos, segue presa na Cadeia Pública de Nova Xavantiva, em prisão temporária. Mas, existe pedido impetrado pela Funai para que também seja transferida. O pedido ainda não foi analisado pelo Judiciário.

 

A conclusão do inquérito obedece previsão legal de prazo quando se tratar de acusado preso (neste caso flagrante da bisavó). As investigações prosseguem, à disposição do Judiciário e Ministério Público, para apurar em detalhes a participação de outros envolvidos no crime.