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Quarta-feira, 16 de Maio de 2018, 16h:43

Caso de morte após cirurgia plástica, causa discussão entre CRM e médicos

Claryssa Amorim

(Foto: divulgação)

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Após a morte de Daniele Bueno, de 33 anos, que se submeteu a cirurgias plásticas no Hospital Militar, o advogado de defesa do programa “Plástica para Todos”, emitiu nota a imprensa dizendo que todos os profissionais envolvidos no dia, são credenciados junto ao Conselho Regional de Medicina em Mato Grosso (CRM). 

 

No entanto, a presidente do Conselho de Medicina, Maria de Fátima, rebateu a informação afirmando que em Mato Grosso, há apenas dois médicos cadastrados no programa Plástica para Todos, porém, nenhum tem licença para operar como cirurgiões plásticos no Estado.  

 

A cuiabana morreu após passar por duas cirurgias plásticas, neste domingo (13), por meio do 'Programa Plástica para Todos'. Com complicações após a cirurgia, Daniele Bueno foi encaminhada para o Hospital Sotrauma, pois na unidade que estava internada não tem Unidade de Terapia Itensiva (UTI), mas não resistiu e morreu. 

 

De acordo ainda com Maria de Fátima, o Conselho apura quais foram os profissionais envolvidos nas cirurgias da vítima. Os nomes dos médicos ainda não foram divulgados. 

 

“Estamos solicitando os prontuários para ver quais foram os médicos envolvidos com a assistência da vítima. Nessa equipe temos o cirurgião principal, o auxiliar, os anestesistas e precisamos avaliar toda equipe, a qual ainda não sabemos qual é”, destacou a presidente.

 

Ainda em nota, o programa Plástica para Todos, destacou que todo procedimento cirúrgico em geral tem risco de morte e que as causas nem sempre estão associadas à ocorrência de erros médicos ou de equipes multidisciplinares de saúde.

 

O Hospital Militar, afirmou que a equipe que realizou o procedimento cumpriu todas as exigências necessárias e que a paciente estava apta a passar pela cirugria. Ela passou mal quando já estava no quarto, após sair da cirurgia, e de imediato foi acionada a UTI móvel. O hospital ainda esclareceu que é uma unidade que realiza procedimentos de média e baixa complexidade, portanto não há exigência de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no local.

 

A morte

 

Na sexta-feira (11), Daniele fez uma postagem em um grupo de mamoplastia no Facebook dizendo que iria operar pelo Programa Plástica para Todos. Ela teria colocado 'silicone nos ceios'. Daniele passou por cirurgias de lipoescultura e mamoplastia, na sexta-feira, pelo custo de R$ 7 mil. 

 

A amiga que acompanhava no pós-operatório, pediu socorro. "Houve demora na reanimação, porque lá (no hospital) não tem UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e ela teve de ser transferida para outro hospital, onde fizeram de um tudo para reanimá-la", contou Laíza.

 

Daniele que era formada em gastronomia e estética, teve conhecimento do médico que fez a cirurgia plástica por meio de um grupo no Facebook, cuja proposta é oferecer cirurgias plásticas a preços bem abaixo dos praticados no mercado.

 

O corpo de Daniele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde serão feitos exames para apurar a causa da morte. A família registrou uma denúncia na Polícia Civil. Segundo a polícia, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) vai investigar as circunstâncias da morte de Daniele, sob a responsabilidade da delegada Juliana Palhares.

 

Leia nota na integra:

 

Diante das recentes notícias veiculadas, a empresa “Plástica Para Todos”, por meio de seu advogado, vem a público esclarecer e corrigir alguns fatos equivocados, tornados públicos nos últimos dias.

 

- A empresa reconhece que não há palavras que possam aliviar a dor de familiares e amigos da paciente que infelizmente veio a óbito e, por isso, não poupará esforços para o rápido esclarecimento do caso, a fim de confirmar a ocorrência de fatalidade adversa que a vitimou.

 

- A qualidade e a regularidade dos serviços ofertados pela empresa, executados por profissionais habilitados e com registros junto aos Conselhos Regionais de Medicina e à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, são atestadas pelos milhares de procedimentos cirúrgicos já realizados em todo o país, sem que jamais tivesse ocorrido, até então, qualquer evolução de óbito, independentemente de sua causa.

 

- Com base neste histórico, é possível afirmar que o caso envolvendo a paciente, provavelmente, esteja isento de erro de conduta profissional, sendo típico de evoluções imprevisíveis. Mesmo assim, as causas somente poderão ser discutidas após o laudo do exame de necropsia.

 

- A empresa esclarece que os médicos credenciados possuem registro junto ao CRM de origem e local, inclusive quanto à especialidade de cirurgia plástica e ainda, faz-se importante registrar, que este mesmo hospital é frequentemente utilizado para realização de cirurgias por outros profissionais locais, também membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e não vinculados à empresa "Plastica Para Todos".

 

- Vale destacar que a existência de riscos em todos os procedimentos cirúrgicos em geral e suas causas nem sempre estão associadas à ocorrência de erros médicos ou de equipes multidisciplinares de saúde. Por conta disso, não há que se falar, até o momento, em causas de negligência, imperícia ou imprudência da equipe médica, tampouco do hospital onde o procedimento foi realizado, já que 70% (setenta por cento) das cirurgias plásticas realizadas no país ocorrem em unidades sem leitos de terapia intensiva, não sendo, portanto, obrigatório.

 

- A empresa “Plástica Para Todos”, que luta incessantemente para democratizar a especialidade, expressa os mais sinceros votos de confiança, depositados junto às autoridades instituídas e aos órgãos da classe e se  mantém à inteira disposição para os esclarecimentos necessários, informando aos nossos clientes que, muito em breve, serão informados sobre a nova unidade hospitalar onde os procedimentos cirúrgicos serão realizados na cidade de Cuiabá.