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Segunda-feira, 14 de Maio de 2018, 18h:57

Esquema que passou por 3 governadores, teve a atuação de nove deputados

Da Redação

 

MPE

 

Pelo menos 40 pessoas participaram do esquema de desvios no Detran, de acordo com o Ministério Público Estadual. Dentre elas nove deputados, além de empresários e servidores. O esquema deixou um rombo de mais de R$ 30 milhões aos cofres do Estado nas gestões do ex-governador Silval Barbosa e na atual gestão, do governador tucano, Pedro Taques. 

 

No grupo estão além de políticos, parentes, empresários e servidores. Eles são alvos das dus operações - Bereré e Bônus - a primeira que operou de 2009 a 2015 e a Bônus, a partir principalmente da entrada na organização criminosa do ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques e de seu irmão, o advogado Pedro Zamar. 

 

De acordo com MPE, a organização criminosa que atuava no Detran-MT, no esquema de pagamento de propinas envolvendo a EIG Mercados e investigados nas operações, era formado por quatro núcleos: de liderança, operação, subalterno e autônomo. 

 

Segundo o inquérito policial do Ministério Público Estadual (MPE), o principal núcleo, o de liderança, era formado pelos deputados estaduais Mauro Savi e Eduardo Botelho, ambos do DEM. Ainda pelo ex-deputado federal, Pedro Henry (PP), pelo ex-governador Silval Barbosa, pelo ex-presidente do Detran-MT, Teodoro Moreira Lopes (Dóia) e pelo ex-secretário da Casa Civil, Paulo Cesar Zamar Taques, primo do governador Pedro Taques (PSDB). 

 

Entenda o caso

 

O esquema foi iniciado supostamente durante a gestão de Blairo Maggi. Seguindo com Silval Barbosa até a gestão de Taques. E embora muitos participantes não tenham atuado conjuntamente durante todo as gestões, utilizavam, entretanto, modelos de atuação semelhantes. 

 

Durante a atual gestão, por exemplo, atuaram apenas Mauro Savi e Paulo Taques, conforme o Gaeco.Eles eram responsáveis pela formulação e aprovação dos esquemas para recebimento de propinas relativas ao Detran-MT.

 

No núcleo de operação, o esquema desde sua concepção, fizeram parte Antônio da Cunha Barbosa Filho (irmão de Silval Barbosa), Marcelo da Costa e Silva (sócio da Santos Treinamentos), Antônio Eduardo da Costa e Silva (irmão de Marcelo), Claudemir Pereira dos Santos (assessor de Mauro Savi), Sílvio Cezar Correa Araújo (ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa), Roque Anildo Reinheimer (sócio da Santos Treinamentos), Pedro Jorge Zamar Taques (irmão de Paulo Taques), Valter José Kobori (ex-executivo da EIG Mercados), Rafael Yamada Torres, Dauton Luiz Santos Vasconcellos, Merison Marcos Amaro, Hugo Pereira de Lucena, José Henrique Ferreira Gonçalves e José Ferreira Gonçalves Neto (proprietário da FDL Serviços).

 

O núcleo, claro, operacionalizava os esquemas de obtenção da propina, assim como garantia a sua implementação, pelo núcleo de liderança. Segundo o MPE, eles seriam responsáveis por “materializar a vontade da liderança, tomando as medidas necessárias para que os esquemas de corrupção realizados tivessem sucesso. Inclsuve com a responsabilidade de esconder a atividade dos líderes vinculados ao esquema, inclusive, para atos de lavagem de dinheiro.

 

No núcleo subalterno faziam parte o ex-deputado estadual até 2014, João Antônio Cuiabano Malheiros, além dos deputados estaduais José Domingos Fraga, Wilson Santos, Baiano Filho, Nininho e Romoaldo Júnior. Neste grupo também atuavam Jurandir da Silva Vieira, empresário investigado na Operação Ararath.Tschales Franciel Tscha, assessor do deputado Nininho e investigado na Operação Convescote, além da procuradora do Estado, Marilci Malheiros Fernandes de Souza Costa e Silva, esposa de Marcelo da Costa e Silva e sobrinha de João Malheiros.

 

O MPE ainda detalhou a participação de um quarto núcleo, no esquema de propina. Chamado de “núcleo autônomo”, ele seria por 18 pessoas, entre eles o filho de Mauro Savi, Marcelo Savi, e a esposa de Pedro Henry, Ivanilda Santos Henry. De acordo com o inquérito, estas pessoas não integravam a organização criminosa, mas contribuíam “para as atividades dela, especialmente para atos de lavagem de dinheiro”.

 

O inquérito resultou na operação "Bônus", segunda fase da Operação Bereré, deflagrada nesta quarta-feira, que prendeu os primos do governador Pedro Taques, Paulo Taques (ex-Chefe da Casa Civil) e Pedro Jorge Zamar Taques, o deputado estadual Mauro Savi (PSB), os sócios da Santos Treinamento, Claudemir Pereira dos Santos e Roque Anildo Reinheimer, além do ex-CEO da EIG Mercados, Valter José Kobori.