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Terça-feira, 13 de Março de 2018, 14h:28

JBS pode pagar multa de R$ 34 bilhões ao erário de MT após ação da CGE

Da Redação

(Foto: Reprodução)

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A JBS - empresa multinacional de origem brasileira especializada na produção e comercialização de proteína animal -, pode sofrer uma multa de até 20% do faturamento bruto da empresa em 2017, com a instauração de um processo de responsabilização realizado pelo controlador-geral de Mato Grosso, (CGE), Ciro Rodolpho Gonçalves. A oficialização do procedimento administrativo foi publicado na edição do Diário Oficial de Mato Grosso desta terça-feira (13). 

 

A multa de até 20% sobre o faturamento bruto pode chegar a R$ 34 bilhões, se considerarmos que em 2016 esse valor foi de R$ 170 bilhões, caso a organização consiga, claro, ao menos manter o fluxo de negócios.

 

O processo tem origem nos depoimentos de colaboração premiada do ex-governador Silval Barbosa (sem partido) no âmbito da "Operação Ararath". Ele declarou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que cobrou propina de Wesley Batista, um dos proprietários da multinacional, em troca da concessão de incentivos fiscais.

 

Wesley Batista, que também é delator, mas da "Operação Lava Jato", confirmou o pagamento de R$ 30 milhões ao ex-governador Silval Barbosa. Batista também deu outros detalhes sobre o esquema de propina.

 

Em depoimento à PGR no dia 5 de maio de 2017, Wesley Batista afirmou que o ex-governador ligou para ele “apavorado” pedindo que o empresário pagasse uma dívida de R$ 7,5 milhões que o então chefe do poder executivo possuia com a Agropecuária CarolMila Ltda, de Colíder (656 km de Cuiabá). O dinheiro deveria ser “abatido” da propina de R$ 30 milhões que a organização pagou a Silval.

 

Wesley explica que, coincidentemente, a JBS havia adquirido uma transportadora pertencente a Agropecuária CarolMila. Ele propôs, então, que os R$ 7,5 milhões fossem adicionados à aquisição da empresa e, ao mesmo tempo, abatidos da propina anual que a JBS pagava ao ex-governador de Mato Grosso, de R$ 10 milhões.

 

O caso ocorreu entre os anos de 2012 e 2014. Em 2015, a JBS pagou R$ 375 milhões ao Estado para compensar os valores do ICMS não recolhidos na gestão de Silval.