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Quinta-feira, 08 de Março de 2018, 19h:00

Imagem de PS como hospital de guerra é resquícios de gestões passadas

Wellyngton Souza

(Foto: Reprodução)

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A crise que levou o Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá de suspender novos atendimentos por falta de medicamentos e insumos na última sexta (2), é um problema de gestão que persiste por muitos anos na capital mato-grossense.

 

A secretaria municipal de Saúde, Elizeth Araújo, disse em entrevista ao Jornal do Meio Dia, exibido pela TV Vila Real, na tarde desta quinta (8), que está sendo elaborado desde dezembro do ano passado, um sistema de informatização para controlar a entrada e saída de medicamentos e equipamentos necessários para atender a população não somente do Pronto Socorro, mas das Unidades de Pronto-Atendimento (UPA) como do bairro Morada do Ouro e Pascoal Ramos.

 

"Eu não digo que a gestão passada [Municipal e Estadual] deixaram uma herança ruim, é um problema histórico infelizmente. O histórico do serviço público é uma somatória de anos pela falta de informatização, da padronização, de um planejamento mais adequado de acordo com a realidade".

 

Conforme o documento assinado na última semana pela coordenação técnica do PS, a decisão é para evitar mortes e danos irreversíveis a pacientes, bem como uma crise maior na rede pública de saúde de Cuiabá.

 

“No intuito de impedir maior crise na saúde e danos irreparáveis a pacientes internados neste nosocômio, esta diretoria tem solicitado aquisição dos materiais e medicamento, faltosos em caráter emergencial [...] como os insumos não foram disponibilizados até o momento, informamos que estamos fechando as portas para novos atendimentos por absoluta falta de recursos materiais”, diz comunicado.

 

O texto relaciona a crise de fornecimento a risco iminente de morte dos pacientes internados na sala vermelha, três UTIs adulta e uma pediátrica, sala de queimados e de sutura. O pronto-socorro realiza diariamente 7,3 cirurgias, 110,2 atendimentos, 39,3 internações e conta com 326 leitos, além de ser considerado o único hospital em Mato Grosso com atendimento de urgência e emergência.

 

"O serviço público diferente da empresa privada, não pode ir na empresa seguinte e comprar o que falta, existe um trâmite, é preciso ainda ter disponibilidade orçamentária. Como existia uma dívida muito grande na saúde, não poderíamos virar o ano com uma segunda dívida", relatou.

 

PRONTO SOCORRO CUIABÁ

 

Conforme Elizeth, o prefeito da capital, Emanuel Pinheiro (MDB), está criando uma equipe jurídica com apoio do Tribunal de Contas (TCE) e outros órgãos para monitorar todos os contratos com empresas fornecedores de medicamentos e insumos.

 

A gestora disse ainda que a pasta deu início a um processo informativo geral da Central de Distribuição e dos principais locais distribuição com a finalidade daquilo que tem sido adquirido para as unidades de saúde.

 

"Se compramos 10 mil comprimidos temos que acompanhar o trajeto até chegar nas mãos dos pacientes. Nós vivemos no século 21 e não podemos trabalhar como da década de 70 com planilha anual ou Excel. Temos que ter sistema de informação capaz de me dizer que em determinada unidade está faltando material, medicamento, ter contitativo de validade, poder me dizer em relatório rápido sobre falta de medicamento", afirmou.

 

Em nota, a secretaria municipal de Saúde nega que o pronto-socorro tenha fechado as portas e diz que foram suspensos os procedimentos eletivos, mas os atendimentos de urgência e emergência estão disponíveis.

 

“Devido à crise de medicamento, na tarde de hoje (2) foram suspensos os procedimentos eletivos, que são aqueles que não requerem assistência médica dentro de um espaço reduzido de tempo e que não apresentam risco de morte para o paciente. Os atendimentos de urgência e emergência não foram suspensos em momento algum. Com a chegada de um caminhão de medicamento nesta tarde, o PS está sendo reabastecido e os atendimentos eletivos estão voltando a ser realizados”.