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Quinta-feira, 08 de Março de 2018, 16h:15

Dia Internacional da Mulher

Gabriela Novis

Procuradora-geral Gabriela Novis Neves.jpg

 

Este ano em especial por toda simbologia que representa esta data e na condição de ser uma das raras Procuradoras-Gerais do Estado de carreira em todo Brasil, eu preciso falar do tão sonhado fortalecimento da participação feminina em cargos importantes na vida pública.

 

A sororidade é fundamental, a união entre as mulheres, reconhecer o valor da outra, vibrar com a sua vitória, se sentir representada, ter uma voz que brigue por liberdade (não queremos dominar o mundo, nem roubar o lugar dos homens, queremos apenas e tão somente sermos ouvidas com respeito).

 

Mais que isso, numa vertente mais ampla quando eu cuido de mim, demonstrando seriedade, firmeza e força nas minhas atitudes eu cuido de um pedaço que existe em cada mulher, encorajando-as a enfrentar seus medos e se permitir ir além, porque os espaços existem para serem ocupados por quem tem ousadia e disposição.

 

Cada mulher tem uma história de luta muito parecida: fortes,  solidárias, anônimas, batalhadoras, sensíveis. 

 

Acredito sim que a mulher tem que vencer como mulher, lutar pela equiparação de oportunidades num mundo que, por condições históricas, tem sido dominado por homens.

 

A igualdade de oportunidades, direitos, liberdades devem prevalecer, porque, só assim, homens e mulheres estarão equiparados como cidadãos nas atividades públicas, privadas e nas relações da vida em sociedade.

 

Ledo engano quem pensa que nos preocupamos com o sapato ou o modelito a ser usado na conquista do mundo, nem se o cabelo curto vai agradar, tampouco se o decote ou comprimento de nossa saia vai causar polêmica, e de rainhas só restam as de Alice do País das Maravilhas que mandam cortar a cabeça.

 

A participação e representação das mulheres na vida pública e, portanto, na tomada de decisões em condições equiparadas aos homens jamais pode ser medida pela diversidade sexual, embora muitas vezes seja inibida nas mulheres (e tem sido, historicamente) porque, como se sabe, quase nunca (antes) e nem sempre (agora) as mulheres têm as mesmas oportunidades de qualificação profissional, de acesso e de ascensão a posições decisórias.

 

Porém, mesmo em percentual menor há quem consiga furar o bloqueio e ascender. E essas estão em todo o lugar, no dia-a-dia, com ou sem instrução para ocupar cargos representativos ou decisórios, muitas vezes ocupando exclusivamente o papel mais difícil de administrar suas famílias, mas nem por isso MENOS importante.

 

Hoje o maior problema é a violência que as mulheres são submetidas, vítimas não apenas das agressões físicas como também psicológicas, tão perversas e danosas quanto.

 

É preciso falar! Extirpar essa doença social para idealizar uma sociedade mais justa e igualitária entre homens e mulheres enquanto o ranço machista persistir e se prevalecer da maior fragilidade física da mulher como alvo de tais comportamentos.

 

Eu não me sentirei livre enquanto houver uma mulher presa, ainda que nossas algemas para a liberdade sejam diferentes, não por uma questão de gênero, mas por lutar por um mundo mais acolhedor, honesto e pleno de compaixão. 

 

Gabriela Novis é procuradora-geral do Estado de Mato Grosso