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Quarta-feira, 27 de Setembro de 2017, 11h:54

Grupo no MP tentou obstruir investigações e trabalhou pela saída de Perri e delegada

Da Redação

(Foto: PJC-MT)

Operação Esdras- delegada Ana Cristina Feldner,.jpg

 

A operação Esdras desencadeadas nesta quarta-feira (27), foi realizada 'a toque de caixa', de acordo com a delegada Ana Cristina Feldner, após o “possível envolvimento de promotor[es] de justiça na organização criminosa”. Feldner comanda as prisões e o cumprimento, pela Polícia Civil, de buscas e apreensões de envolvidos no suposto esquema de grampos ilegais. 

 

Ainda segundo a delegada, a urgência nos pedidos de prisão – acatado pelo desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri -, se deu, sobretudo, porque a testemunha da rede clandestina de monitoramento ilegal, o tenente-coronel, José Henrique Costa Soares e ainda seu filho, estariam 'correndo risco de morte'.

 

A delegada ainda revela em um trecho de seu pedido, para a deflagração da Esdras, que conforme o 'depoimento prestado pela testemunha, Costa Soares, haveria um grupo dentro do Ministério Público interessado em meu afastamento das investigações”, diz.

 

Este mesmo grupo estaria tentando obstruir as investigações, igualmente vem tentando afastar o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça (TJMT), que é relator do caso dos Grampos.

 

Perri, aliás, chegou hoje a pontuar sobre este tema junto à imprensa, ao argumentar sobre a necessidade de manter sigilo das diligências, 'uma vez que há suspeitas de envolvimento de promotores de Justiça nas interceptações clandestinas e tentativa do MPE de obstruir as investigações'.

 

Perri e a delegada se pautaram neste argumento após conversa gravada entre o tenente-coronel José Henrique Costa Soares, testemunha do caso, e o ex-secretário da Casa Militar, Evandro Ferraz Lesco, mostra a participação de membros do Ministério Público Estadual (MPE) no esquema de interceptações telefônicas ilegais no Estado, caso que ficou conhecido como ‘Grampolândia Pantaneira’. A gravação da conversa consta na decisão do desembargador Orlando Perri, que determinou o cumprimento de oito mandados de prisão e 15 de busca e apreensão nesta quarta-feira (27).