(Foto: Reuters/Aaron P. Bernstein)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se mostrou nesta segunda-feira aberto à possibilidade de um acordo político com os talibãs que resolva a longa guerra no Afeganistão, enquanto seu secretário de Estado, Rex Tillerson, afirmou que apoiaria conversas entre esse grupo e o governo afegão "sem condições prévias".
"Talvez seja possível ter acordos políticos que incluam elementos dos talibãs", disse Trump em um discurso à nação para explicar sua nova estratégia no Afeganistão e nos países vizinhos na base militar de Fort Myer, no estado da Virgínia.
"Mas ninguém sabe se isto vai acontecer, ou quando", ressaltou o presidente.
Em um comunicado após o discurso, Tillerson detalhou que os Estados Unidos estão "preparados para apoiar conversas de paz entre o governo afegão e os talibãs sem condições prévias".
Trump, que anunciou sua intenção de continuar com a guerra no Afeganistão, mas sem oferecer detalhes de um possível aumento de tropas, assegurou que os Estados Unidos "vão continuar apoiando o governo afegão e os militares afegãos em sua luta contra os talibãs ".
"Em último caso, depende do povo do Afeganistão tomar as rédeas de seu futuro, governar sua sociedade e conseguir uma paz duradoura. Somos um aliado e um amigo, mas não ditaremos ao povo afegão como devem viver e como devem governar sua complexa sociedade", afirmou Trump.
"Não vamos voltar a construir nações. Vamos matar terroristas", concluiu o presidente americano.
Depois que a Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) encerrou em 2015 sua missão de combate no Afeganistão, os insurgentes talibãs vêm ganhando terreno no país e agora controlam 40%, segundo um relatório deste mês do Inspetor Especial para o Afeganistão (SIGAR, sigla em inglês) dos EUA.