Cuiabá, 07 de Maio de 2024

ECONOMIA Sábado, 08 de Maio de 2021, 12:03 - A | A

08 de Maio de 2021, 12h:03 - A | A

ECONOMIA / MERCADO AQUECIDO

Pandemia causa "corrida do ouro" no setor imobiliário em Cuiabá

Edy Santiago
Única News



Com 2.782 imóveis vendidos desde o começo do ano, o setor mobiliário de Cuiabá já movimentou R$ 963,1 milhões em 2021. O volume representa um aumento de 48%, do total negociado durante todo o ano de 2020.

Este ótimo resultado está ligado, diretamente, com a pandemia do novo coronavírus, segundo o Sindicato da Habitação de Mato Grosso (Secovi). Outro fator que contribui, é o cenário macroeconômico que o Estado de Mato Grosso vive, que inclui, taxa de juros de financiamento mais baixo do que vinha acontecendo nos anos anteriores.

Em entrevista ao Única News, o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso (Secovi), Marco Pessoz, comenta que as condições macroeconômicas estão totalmente favoráveis e que as pessoas estão em busca de mais qualidade de vida. Situação que “foi acelerada pela pandemia”.

O representante do setor imobiliário, afirma que as taxas de juros, para o financiamento, despencaram, aumentando, assim, as negociações. “Você pode ver que há um recorde nos valores negociados. Isso reflete a taxa de juros mais baixa da história. Hoje, nós temos condições muito boas de financiamento, o que permite preços interessantes a quem estiver interessado em comprar imóveis”.

Vai e vem do Mercado

Para se ter uma ideia, durante todo o ano de 2015, o mercado imobiliário movimentou R$ 656,8 milhões. Valor que só foi superado dois anos depois, quando em 2018, as tratativas, alcançaram R$699,8 milhões. Até então, esse era o último recorde, já que, no ano passado, houve uma queda, e as vendas, de todo o ano, resultaram em R$655 milhões.

Foto: Reprodução

setor imobiliário

 


 

Agora, nesses primeiros meses de 2021, Cuiabá já bateu todos os recordes, pois, a média mensal de 900 negociações, resultaram em R$963,1 milhões de lucro para o setor.

Marco afirma que a pandemia gerou vários tipos de necessidade para as pessoas, a partir do momento que se fez necessário o home office. Agora, as pessoas querem mais espaços para trabalhar, boa localização, melhor estrutura, mais qualidade de vida. Por isso, “tem muita gente querendo morar em casa, por ter mais liberdade, mais espaço. Principalmente, quem tem família com filhos pequenos e jovens, pois há necessidade de espaço para locomoção. O desejo por liberdade ficou latente, porque as pessoas ficaram presas em casa”, comenta.

O presidente do Sindicato recorda que o setor imobiliário e da construção civil vinham de um período de dificuldades desde 2015, quando os fatores macroeconômicos, começaram a dificultar as vendas e o lançamento de novos empreendimentos. “Nós tínhamos taxas de juros altas e a inflação acompanhava. Não havia confiança no país. Uma série de situações difíceis”, justificou.

Marco afirma que nesse período, houve um 'boom' nas vendas de terrenos em condomínios fechados e, por isso, eles simplesmente sumiram. “Acabaram os terrenos disponíveis para as vendas e o preço chegou a subir mais de 50% de um ano para o outro, porque houve uma grande demanda”. O crescimento, segundo Pessoz, tem alcançado todas as classes sociais, de alta a baixa. “É uma necessidade”, alegou.

Antes da pandemia o setor imobiliário tinha uma previsão de crescimento boa, mas não nesse patamar. “As nossas expectativas eram de que as coisas melhorassem, mas, analisando friamente o que está acontecendo em loteamentos, condomínios fechados, em casas de médio e alto padrão; não imaginávamos tantos lançamentos novos”.

A bola da vez

Marco Pessoz adiantou ao Única News que os loteamentos em condomínios fechados são a bola da vez. Ele afirma que hoje não há mais terrenos vazios em condomínios prontos. “A Ginco, por exemplo, sentiu que o mercado era favorável e pisou no acelerador. Lançou vários empreendimentos aproveitando o desejo da sociedade por terrenos, fez esses lançamentos e está com as vendas altas”.

“Se as condições permanecerem e os preços mantiverem um justo equilíbrio, acredito que seja o começo de um ciclo de 6, 7 anos de crescimento. Agora depende de vários fatores. Por exemplo, se tiver uma alta na inflação, quebra o mercado rapidinho. Porque ninguém mais consegue financiar. O preço do imóvel fica muito caro e ninguém consegue comprar. Essa condição macroeconômica precisa se manter alinhada. Se não, a indústria sente, imediatamente", conclui.

Foto: Reprodução

setor imobiliário

 

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