Cuiabá, 14 de Maio de 2024

CIDADES Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2019, 16:36 - A | A

16 de Janeiro de 2019, 16h:36 - A | A

CIDADES / DIZ DELEGADO

Hya é atacada no Facebook e pode ser responsabilizada por causar o acidente

Claryssa Amorim
Da Redação



A estudante, Hya Girotto, de 21 anos, que recebeu alta médica na noite de segunda-feira (14), está sendo atacada nas redes sociais pelos internautas, que o acusam de ser a 'responsável' em causar o acidente, que matou os dois amigos, Ramon Viveiros e Myllena Lacerda.

Os três jovens saiam da casa noturna, Valley Pub, na madrugada do dia 23 de dezembro, na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, quando foram atropelados pela bióloga e professora substituta da Universidade de Mato Grosso (UFMT), Rafaela Screnci Ribeiro, de 33 anos.

Em comentários no Facebook, chegaram a chamar de "bailarina" por estar visivelmente bêbada atravessando a avenida dançando.

"Agora, ela vai ter que conviver com a dor de ter matado os amigos e isso ainda é pouco. Quem está sofrendo agora é a família, enquanto a bailarina está viva", escreveu um internauta.

O irmão da estudante, Leandro Girotto, publicou no Instagram criticando os comentários dos internautas no Facebook e lamentou a situação. Na publicação, ele destacou que é fácil as pessoas "tecer" comentários, quando não se é parte envolvida.

Ele ressaltou que a irmã, além de ser uma vítima do atropelamento também, ela está sofrendo com a perda da melhor amiga, mas "pelo visto as pessoas não se colocando no lugar das outras" e ainda ameaçou que os comentários podem ir à Justiça.

"Só deixo um recado para esse tipo de gente cruel: não se deixe enganar, há sim limites na internet. O direito a honra prevalece em qualquer espaço. Comentários ofensivos podem gerar responsabilidade civil", disse Leandro.

Em outros comentários, uma pessoa com certa 'ironia' escreveu: "Pois é, vidas perdidas não são provas suficientes, certo mesmo é apoiar atitudes irresponsáveis de uma bailarina embriagada em plena Isaac Póvoas".

Em conversa com o Única News, o delegado titular da Delegacia Especializada em Direitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, disse que a Hya ainda pode ser responsabilizada em causar o acidente.

E esclareceu ainda que não há evidências de que a motorista poderia evitar o atropelamento, assim como os outros motoristas fizeram, como mostra o vídeo do acidente, mesmo que estavam no meio da rua.

"Se as perícias revelarem que o comportamento inapropriado dela contribuiu de alguma forma para a causação do acidente, ela poderá e irá ser resposabilizada", explicou o delegado.

Hya recebeu alta na noite de segunda-feira (14), após 23 dias internada. Leandro disse que ela está bem de saúde e irá se recuperando aos poucos em casa. Leandro ainda disse ao Única News que a irmã deve fazer tratamentos, como fisioterapia, para voltar com a locomoção do corpo normalmente e que ainda está tomando alguns remédios.

Além de Hya, a amiga de sala na faculdade, Myllena Lacerda, de 22 anos, foi arremessada com o impacto da batida e morreu na hora. Também atropelado o cantor Ramón Alcides Viveiros, de 25 anos, e morreu depois de uma semana internado.

Entenda o caso

(Foto: Reprodução)

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Os três jovens foram atropelados por um Renault Oroch, dirigido pela professora da Universidade Federal de Mato Grosso, Rafaela Screnci Ribeiro.

O acidente aconteceu na madrugada do dia 23 de dezembro, na Avenida Isaac Póvoas, em Cuiabá, quando Hya, Myllena e Ramon saíam da Valley Pub.

Rafaela não parou para prestar socorro e ainda passou com o carro por cima de Myllena, que morreu na hora. Com o impacto da batida, Hya e Ramon foi arremessados.

O cantor sertanejo Ramon sofreu traumatismo craniano e morreu cinco dias após o acidente, no dia 28 de dezembro.

A professora pagou uma fiança de nove salários mínimos e responde o crime em liberdade. Nessa segunda-feira, o juiz plantonista, Jeverson Luiz Quinteiro, aceitou o pedido do Ministério Público para que fosse aumentada a fiança da professora de R$ 9,5 mil para R$ 28,5 mil.

Para o MPE, "o valor da fiança deve ser aumentado levando-se em conta a gravidade da ação, da grande repercussão dos fatos, das graves consequências dos fatos e, ainda, por servir a fiança como garantia para pagamento de indenização do dano”.

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