Cuiabá, 26 de Abril de 2024

CIDADES Sábado, 16 de Setembro de 2017, 11:02 - A | A

16 de Setembro de 2017, 11h:02 - A | A

CIDADES / SONHO DESTRUÍDO

Surge outro ex-aluno que foi afogado em lagoa por Ledur e que buscou direitos na Justiça

Daffiny Delgado / Única News



Foto: Ilustrativa

Ledur

 

O ex-aluno Maurício Santos, que participou do 15º curso de Formação do Corpo de Bombeiros entrou na Justiça contra a tenente Izadora Ledur, por tortura e afogamento, em um treinamento aplicado por ela na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, no ano de 2015. 

 

Os casos de tortura e afogamento praticado pela tenente são reincidentes. No ano passado, a prática resultou na morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos.

 

Maurício contou ao Site Única News que sofreu o mesmo que Rodrigo, a única diferença foi ele ter saído vivo. Ele lembrou ainda, que no penúltimo exercício administrado por Ledur, ele teve uma corda amarrada em seu pescoço e foi afogado até desmaiar .

 

"Comigo aconteceu tudo igualzinho ao que aconteceu com o Rodrigo. A diferença é que eu consegui sair antes de morrer. Eu também apresentei dificuldades nas provas aquáticas, no penúltimo exercício aplicado pela tenente Ledur, eu recebi ajuda de meus colegas de pelotão, na atrassecia da lagoa, mas quando estava no meio, ela me chamou pra perto dela, e pegou a corda da boia que eu estava, enrolou em meu pescoço e braços e começou a me empurrar para de baixo da água até eu desmaiar”, relatou. 

 

Na época, Ledur era apenas a instrutora do pelotão e ele afirma que teve a sorte de ter um comandante que interviu no momento certo, o que salvou sua vida. No caso de Rodrigo Claro, além de instrutora, Ledur também era a comandante.

 

Por causa da tortura e perseguição de Ledur, Maurício conta que deixou o curso de formação faltando apenas um mês para se tornar um bombeiro. Após desistir do sonho de ser bombeiro, ele contou que teve muitos problemas, como depressão e precisa de acompanhamento médico.

 

“Eu fiquei 9 meses, mas quando vi que eu ia morrer nas mãos dela se continuasse, desisti. Isso acabou com meu sonho, eu precisei fazer tratamento psicológico, entrei em depressão”.

 

Hoje Maurício não tem trabalho, não conseguiu se formar ainda em uma faculdade e começou a sua luta por justiça. Ele entrou com dois processos, um na esfera civil e outra na criminal e está apenas no começo. “Eu tive o meu sonho destruído por essa tenente, eu só quero justiça”, afirmou.

 

Em conversa exclusiva ao Site, o ex-aluno ainda ressalta que demorou para tomar uma atitude quanto ao que sofreu, pois na época dos maus tratos, ele queria ter se formado e era ameaçado, o que o fez temer pela sua vida e seu destino na corporação. 

 

“Na época quando eu cheguei em casa depois de ser afogado, minha mãe ficou em choque ao me ver com o pescoço todo roxo e machucado pela corda. Como eu ainda não tinha desistido de ser aprovado, se eu registrasse algum boletim eu seria perseguido. Meus colegas me alertaram sobre as ameaças e acabei deixando de lado”, finalizou.

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